Hoje quando terminei a pilha de testes que devo entregar a amanhã aos meus alunos, dediquei uns curtos minutos à meditação, e não consegui apaziguar a minha mente, nem aceder à minha habitual paz interior...Mais uma vez.
E tanta falta me tem feito nos últimos dias em que o cansaço físico se veio acumular com a tristeza de perceber (ter de admitir?) que os anos passam, os contextos se alteram, as pessoas envelhecem, vivenciam experiências dolorosas e transforamdoras e, ainda assim, persistem nos mesmos padrões e erros...
Surpresa? Na verdade não...
Triste? Imensamente.
Imensamente, porque percebo que agora o passo é meu e, quer goste, me revolte, ou não, tenho que o assumir.
E desistir.
Sim, desistir de tentar fazer compreender, de mostrar e repetir razões e argumentos...
De apelar a que, se pelo menos não se entende, que se respeite porque se trata de uma escolha que só a mim cabe.
E à qual tenho absoluto direito a gerir como entendo. Logo eu, que sempre respeitei as opções de todos, concordasse (e não concordei) ou não.
E se ainda a formula que querem impor fosse recomendável ou tivesse dados bons resultados...Pois ainda se entendia.
Agora, tendo comprovado que não trouxe proximidade, intimidade ou bem -estar a ninguém..Pois, torna-se mesmo muito difícil perceber a insistência na prescrição...
E na imposição do modelo.
Mais quando repetido um apelo, se persiste, se responde mal, se diz que não ouviu (ou não quis ouvir...) e por cima se vitimizam...
E "embrulham" todos numa confusão desnecessária...
E que se repete, ciclicamente, o mesmo...
Pois, a culpa já é de quem pede e se expõe à não-colaboração mais que anunciada.
Provavelmente é por fraqueza que o não fazem. Porque não se controlam ou entendem que não merecemos o esforço.
Ou não entendem o que se pede, ou não sabem, nem querem aprender a viver de outra maneira.
Em todos os casos a culpa é minha, que insisto.
E não posso mais fazê-lo sob pena de parecer ingénua ou tola- irrelevante...Até.
Aceito que esta é uma situação que não controlo, que não posso alterar e que criar um conflito não vai trazer nenhum benefício, nem evitar que se repita.
Só posso salvaguardar-me, colocar-me inevitavelmente à defesa, e tentar aceitar esta inevitável desilusão de não chegar à harmonia - que eu sempre acreditei, com esforço mútuo, ser possível.
É um exercício pessoal e interior que nos pede um reforço do nosso amor por alguém, porque é precisamente nesses momentos exigentes que ele faz mais sentido ou mostra o tamanho da sua força.
São as limitações da nossa vida em comum e, também, da nossa condição humana.
De todos.
Nem tudo está na nossa mão.