Quarta-feira, 09 de Setembro de 2009

    NOVO ANO !!

 

 

“É preciso uma escola onde o SABER e o SENTIR,

onde CONHECIMENTOS,TRABALHO e SENTIMENTOS andem de mãos dadas.”

 

Volto esta semana ao contacto directo com os alunos.

Este é sempre um tempo fervilhante de expectativa e apreensão para mim.

Na passada semana já me foram entregues as fotografias e outros documentos de caracterização das turmas ao meu cargo (7 com 25 alunos cada !) e já fiz uma primeira avaliação e tento, neste momento, pensar a orientação a dar às primeiras aulas.

Sempre que recebo as fotografias dos meus futuros alunos nas reuniões de preparação do ano lectivo, gosto de as olhar demoradamente...Gosto de chegar a casa e espalhar na mesa, aquela série de carinhas de "novos filhos" que a vida me entrega e tentar perceber quais vão ser aqueles que mais vão precisar de mim.

Normalmente "percebo-os". Normalmente o diagnóstico inicial que me é transmitido na escola é acertado e constrói um "mapa" que me permite orientar o meu trabalho com aquela criança (caso deste ano - Ensino Básico). Outras vezes, o aluno/a consegue distanciar-se daquele diagnóstico  e crescer tanto que não se reconhece a criança da avaliação inicial.

É como respondi há alguns anos a um aluno cuja caracterizaçãoo problemática (retenções, suspensões...) já conhecia, que tinha um palmo a mais do que eu e que, no dia da apresentação, olhou de forma desafiadora e irónica para mim dizendo:

- "Quem sou eu? Sou o Pipo e já deve ter ouvido falar mal de mim!"

Era verdade, já ouvira e muito. Respirei fundo e respondi:

-"Sim já me chegou a tua caracterização/avaliação do ano anterior - frisei bem este pormenor, mudando o tom de voz - e conheço-a. Tens razão.
Mas também te digo que hoje colocamos o conta-quilómetros a zero e estás muito a tempo de mudar o teu percurso e avançares na vida.

Comigo a folha da tua avaliação está em branco".

Riu-se, mexeu-se nervosamente e balbuciou algo que, confesso, não sei se foi uma resposta menos própria. Ignorei.

O certo é que este aluno (como tantos, felizmente) surpreendeu-me muito positivamente.

Ganhei-o para a disciplina e, nesse gesto, ganhei a turma.

Cresceu no seu desempenho escolar e como pessoa. Foi um aluno regular e empenhado, sempre que se entusiasmou um pouco mais era chamado à razão e acatou educadamente as minhas orientações. Nunca tivemos um problema  e pude sempre contar com ele para me ajudar a ligar o data-show (já se sabe que sou péssima com as TIC!) ou mesmo para mandar calar outros mais truculentos.

É o que farei este ano também: todos os meus alunos estão a começar e se quiserem "avançar" e mudar positivamente, encontrarão nas minhas aulas o espaço para fazê-lo.

Às vezes só precisamos que acreditem em nós.

 

 

Nota: Cá vamos nós para o próximo ano cheios de cautelas:ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx

 

 



publicado por Marta M às 10:12

Marta

Que boa é essa sensação de que se contribui para o crescimento de outro ser humano. Creio que isso vale tudo.
Obrigada pelo teu entusiasmo contagiante. BOM ANO para ti!
descobrirafelicidade a 9 de Setembro de 2009 às 13:17

Olá!
É isso mesmo, sabia que como professora compreenderias. Esta profissão é diferente e tem exigências que outras desconhecem...Só entende o esta entrega quem a milita. ;)
Deve ser o teu caso, certamente. Já li a mensagem de uma aluna tua e percebi a estima que te têm.
Bom ano para ti também. Vamos partilhando experiências, prometido?
Abraço
Marta M
Marta M a 10 de Setembro de 2009 às 10:44

Noto da tua parte uma vontade de ir de encontro às necessidades dos alunos, de os conhecer por aquilo que eles são, e isso, a meu ver, é óptimo para eles e adequa-se muito bem às funções que uma verdadeira professora deverá ter...
Bjns
cuidandodemim a 9 de Setembro de 2009 às 19:42

Sim, procuro estar atenta às necessidades dos alunos a meu cargo. às teóricas e outras, evidentemente. Porque com já disse a Teresa, são "seres em construção" e ainda há eperança de termos um impacto positivo na construção da sua personalidade.
Sou um optimista e nada há a fazer ;)
Abraço
Marta M
Marta M a 10 de Setembro de 2009 às 10:58

Marta,
Digo sempre aos meus filhos que , nas aulas, o professor é SOBERANO!!!
Se, às vezes, os professores não são tão "eficientes" é porque os pais não os deixam ser, muito mais dos que os miúdos, faço-me entender?
Ser professor, no verdadeiro sentido do termo, é ser-se especial, é ter dom para o Ser.
Tive a sorte na minha vida me ter cruzado com poucos mas bons!
Os teus alunos são uns sortudos!
Beijinhos.
Nucha
Nucha a 9 de Setembro de 2009 às 23:21

Olá!
Sortuda sou eu por ter à frente, tantas e tantas vezes, alunos que me permitem ser a professora que sempre quis ser. Tens razão quando educas os teus filhos para entenderem e respeitarem quem os procura orientar academicamente (e não só!). Com mais mães como tu, muito do nosso tempo não seria perdido/desperdiçado com questões disciplinares e TODOS sairiam a ganhar.
Abraço
Marta M
Marta M a 10 de Setembro de 2009 às 11:03

Olá Marta,
De facto se conseguissemos ter todos os profissionais a comerçar numa folha em branco de certeza que poderiam haver muitas mais surpresas positivas.
Beijinhos
Marta a 10 de Setembro de 2009 às 21:37

Olá e faço gosto em te ver por aqui.
A ideia da folha em "branco" é essencial, não achas?
É essa a ideia de podermos recomeçar e renovar nossa vida, dando-lhe um rumo novo se tivermos vontade e sabedoria para tanto...
Gosto desta ideia de estar sempre a tempo de resgatar a minha vida. Por isso a tento proporcionar isso aos outros quando posso..
Obrigada.
Marta M a 10 de Setembro de 2009 às 22:29

Olá!
E que tenhas um óptimo ano lectivo!!
E tanta importancia que tem que um professor acredite em nós. Muitas vezes, algumas, senão muitas crianças é na escola que têm apoio e carinho tanto por parte de professores, colegas e auxiliares.
Só o facto do professor quando é chamado para esclarecer um duvida, tocar no aluno, no ombro por exemplo, faz com que este se sinta ouvido, compreendido, valorizado.
E que grande papel educador que um professor (Bom!) tem.

E pela sensibilidade que é notoria em ti, deves ser uma optima professra e um bom amparo para os teus pequenos :)

Abraço
Caminhando... a 10 de Setembro de 2009 às 21:59

Ola Joana:
Faço a minha parte... Não será muito,mas sempre que o consigo fazer, acredito que posso estar a fazer a diferença na vida quele aluno/a e isso é profundamente reconfortante.
Dá -me alento para levantar no outro dia e ir a caminho da escola.
E tens muita razão quando dizes que uma mão no ombro tem muito impacto. Um dia, uma aluna estava agressiva e parecia uma verdadeira panela de pressão pronta a explodir...Não escutava ninguém e parecia "enfurecida" com tudo e com todos, mas bastou um tom ameno, a disponibilidade para a escutar e muito principlamente , uma mão pousada no ombro para que todo o personagem se desmoronasse e ela caísse num choro que lhe permitiu libertar tanta angústia e no fim conseguir falar...

Às vezes precisamos mesmo uns dos outros....
Abraço
Marta M a 10 de Setembro de 2009 às 22:39

:)
agora poe essa menina, mas em vez de enfurecida, muito calminha e no seu cantinho (uma calma anormal) e ves-me nos tempos do secundário. Uma calma que só era notada por quem quisesses notar pois, nunca prescindi de uma capa para o sofrimento. Um professor pos-me a mao no ombro, vi que se importava pois os seus olhos tinham um brilho especial e muito presente, bastou para que o inicio da "bola" saisse cá para fora.

Penso que, para que vivamos bem, e consigamos ser felizes, só com os outros é que o conseguimos.

Beijinho e bem hajas!!

Joana:
Bem - haja eu pela tua sensibilidade e pela tua partilha.
Ainda bem que tiveste alguém que te "viu" para além de te olhar...
Ficamos gratas toda a vida por esses gestos ;)
Abraço
Marta M
Marta M a 10 de Setembro de 2009 às 23:13

Sou eu outra vez. No meu tempo é que havia ter tido professores assim!!
Paulina a 11 de Setembro de 2009 às 13:26

Olá Novamente Colega!
Há sempre professores bons, às vezes temos o azar de encontrar os poucos que ainda não perceberam bem a função que andam a desempenhar ;)
Obrigada pela visita
;)
Marta M a 11 de Setembro de 2009 às 22:41

Olá Marta
Revi-me em muitas situações que aqui descreves.
Louvo a tua postura e nunca desistas de ser como és, certamente os teus alunos vão recordar-te como alguém que influenciou positivamente as suas vidas.
Pôr o conta quilómetros a zero, gostei dessa expressão, nada melhor para alunos que vêm catalogados negativamente do que criar-lhes expectativas positivas, acredita, confiar e responsabilizar.
Desejo-te um bom início lectivo e que o fim de semana seja muito bom.

Beijos
Manu
Existe um Olhar a 11 de Setembro de 2009 às 17:59

Olá!
Manu:
Obrigada pela simpatia ;)
Se um dia algum aluno meu falar de mim com o respeito e a admiração que escuto em algumas pessoas que falam dos professores que os marcaram, darei por bem empregues todos os esforços ao longo desta nossa difícil,mas entusiasmante, profissão.
Sei que me entendes.
:)
Abraço
Marta M a 11 de Setembro de 2009 às 23:23


Marta
Tenho estado aqui a trabalhar e, ao mesmo tempo, vou vendo os emails que me vão chegando. Tinha de partilhar este consigo: O discurso de Barak Obama:
(:..) Também deve haver alguns alunos mais velhos, contentes por saberem que já só lhes falta um ano. Mas, estejam em que ano estiverem, muitos devem ter pena por as férias de Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama.

Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que ela decidiu dar-me ela própria umas lições extras, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã.

A ideia de me levantar àquela hora não me agradava por aí além. Adormeci muitas vezes sentado à mesa da cozinha. Mas quando eu me queixava a minha mãe respondia-me: "Olha que isto para mim também não é pêra doce, meu malandro..."

Tenho consciência de que alguns de vocês ainda estão a adaptar-se ao regresso às aulas, mas hoje estou aqui porque tenho um assunto importante a discutir convosco. Quero falar convosco da vossa educação e daquilo que se espera de vocês neste novo ano escolar.

Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender. Falei da responsabilidade dos vossos pais de vos manterem no bom caminho, de se assegurarem de que vocês fazem os trabalhos de casa e não passam o dia à frente da televisão ou a jogar com a Xbox. Falei da responsabilidade do vosso governo de estabelecer padrões elevados, de apoiar os professores e os directores das escolas e de melhorar as que não estão a funcionar bem e onde os alunos não têm as oportunidades que merecem.

No entanto, a verdade é que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades. Se vocês não forem às aulas, não prestarem atenção a esses professores, aos vossos avós e aos outros adultos e não trabalharem duramente, como terão de fazer se quiserem ser bem sucedidos.

E hoje é nesse assunto que quero concentrar-me: na responsabilidade de cada um de vocês pela sua própria educação.

Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.

Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficientemente bons para escreverem livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o trabalho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pessoas inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ciências podem não vir a percebê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola podem nunca vir a sabê-lo.

No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, professores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advogados ou militares? Para qualquer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso.

E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isto é importante. O que vocês fizerem com os vossos estudos vai decidir nada mais nada menos que o futuro do nosso país. Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro.

Vão precisar dos conhecimentos e das competências que se aprendem e desenvolvem nas ciências e na matemática para curar doenças como o cancro e a sida e para desenvolver novas tecnologias energéticas que protejam o ambiente. Vão precisar da penetração e do sentido crítico que se desenvolvem na história e nas ciências sociais para que deixe de haver pobres e sem-abrigo, para combater o crime e a discriminação e para tornar o nosso país mais justo e mais livre. Vão precisar da criatividade e
descobrirafelicidade a 13 de Setembro de 2009 às 00:44


Tenho de continuar aqui e ainda noutro comentário:
Vão precisar da criatividade e do engenho que se desenvolvem em todas as disciplinas para criar novas empresas que criem novos empregos e desenvolvam a economia.

Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem - se abandonarem a escola -, não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país.

Eu sei que não é fácil ter bons resultados na escola. Tenho consciência de que muitos têm dificuldades na vossa vida que dificultam a tarefa de se concentrarem nos estudos. Percebo isso, e sei do que estou a falar. O meu pai deixou a nossa família quando eu tinha dois anos e eu fui criado só pela minha mãe, que teve muitas vezes dificuldade em pagar as contas e nem sempre nos conseguia dar as coisas que os outros miúdos tinham. Tive muitas vezes pena de não ter um pai na minha vida. Senti-me sozinho e tive a impressão que não me adaptava, e por isso nem sempre conseguia concentrar-me nos estudos como devia. E a minha vida podia muito bem ter dado para o torto.

Mas tive sorte. Tive muitas segundas oportunidades e consegui ir para a faculdade, estudar Direito e realizar os meus sonhos. A minha mulher, a nossa primeira-dama, Michelle Obama, tem uma história parecida com a minha. Nem o pai nem a mãe dela estudaram e não eram ricos. No entanto, trabalharam muito, e ela própria trabalhou muito para poder frequentar as melhores escolas do nosso país.

Alguns de vocês podem não ter tido estas oportunidades. Talvez não haja nas vossas vidas adultos capazes de vos dar o apoio de que precisam. Quem sabe se não há alguém desempregado e o dinheiro não chega. Pode ser que vivam num bairro pouco seguro ou os vossos amigos queiram levar-vos a fazer coisas que vocês sabem que não estão bem.

Apesar de tudo isso, as circunstâncias da vossa vida - o vosso aspecto, o sítio onde nasceram, o dinheiro que têm, os problemas da vossa família - não são desculpa para não fazerem os vossos trabalhos nem para se portarem mal. Não são desculpa para responderem mal aos vossos professores, para faltarem às aulas ou para desistirem de estudar. Não são desculpa para não estudarem.

A vossa vida actual não vai determinar forçosamente aquilo que vão ser no futuro. Ninguém escreve o vosso destino por vocês. Aqui, nos Estados Unidos, somos nós que decidimos o nosso destino. Somos nós que fazemos o nosso futuro.

E é isso que os jovens como vocês fazem todos os dias em todo o país. Jovens como Jazmin Perez, de Roma, no Texas. Quando a Jazmin foi para a escola não falava inglês. Na terra dela não havia praticamente ninguém que tivesse andado na faculdade, e o mesmo acontecia com os pais dela. No entanto, ela estudou muito, teve boas notas, ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Brown, e actualmente está a estudar Saúde Pública.

Estou a pensar ainda em Andoni Schultz, de Los Altos, na Califórnia, que aos três anos descobriu que tinha um tumor cerebral. Teve de fazer imensos tratamentos e operações, uma delas que lhe afectou a memória, e por isso teve de estudar muito mais - centenas de horas a mais - que os outros. No entanto, nunca perdeu nenhum ano e agora entrou na faculdade.

E também há o caso da Shantell Steve, da minha cidade, Chicago, no Illinois. Embora tenha saltado de família adoptiva para família adoptiva nos bairros mais degradados, conseguiu arranjar emprego num centro de saúde, organizou um programa para afastar os jovens dos gangues e está prestes a acabar a escola secundária com notas excelentes e a entrar para a faculdade.

A Jazmin, o Andoni e a Shantell não são diferentes de vocês. Enfrentaram dificuldades como as vossas. Mas não desistiram. Decidiram assumir a responsabilidade pelos seus estudos e esforçaram-se por alcançar objectivos. E eu espero que vocês façam o mesmo.


descobrirafelicidade a 13 de Setembro de 2009 às 00:55

É por isso que hoje me dirijo a cada um de vocês para que estabeleça os seus próprios objectivos para os seus estudos, e para que faça tudo o que for preciso para os alcançar. O vosso objectivo pode ser apenas fazer os trabalhos de casa, prestar atenção às aulas ou ler todos os dias algumas páginas de um livro. Também podem decidir participar numa actividade extracurricular, ou fazer trabalho voluntário na vossa comunidade. Talvez decidam defender miúdos que são vítimas de discriminação, por serem quem são ou pelo seu aspecto, por acreditarem, como eu acredito, que todas as crianças merecem um ambiente seguro em que possam estudar. Ou pode ser que decidam cuidar de vocês mesmos para aprenderem melhor. E é nesse sentido que espero que lavem muitas vezes as mãos e que não vão às aulas se estiverem doentes, para evitarmos que haja muitas pessoas a apanhar gripe neste Outono e neste Inverno.

Mas decidam o que decidirem gostava que se empenhassem. Que trabalhassem duramente. Eu sei que muitas vezes a televisão dá a impressão que podemos ser ricos e bem-sucedidos sem termos de trabalhar - que o vosso caminho para o sucesso passa pelo rap, pelo basquetebol ou por serem estrelas de reality shows -, mas a verdade é que isso é muito pouco provável. A verdade é que o sucesso é muito difícil. Não vão gostar de todas as disciplinas nem de todos os professores. Nem todos os trabalhos vão ser úteis para a vossa vida a curto prazo. E não vão forçosamente alcançar os vossos objectivos à primeira.

No entanto, isso pouco importa. Algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos. O primeiro livro do Harry Potter, de J. K. Rowling, foi rejeitado duas vezes antes de ser publicado. Michael Jordan foi expulso da equipa de basquetebol do liceu, perdeu centenas de jogos e falhou milhares de lançamentos ao longo da sua carreira. No entanto, uma vez disse: "Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E foi por isso que fui bem-sucedido."

Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam - temos de permitir que eles nos ensinem as suas lições. Temos de deixar que nos mostrem o que devemos fazer de maneira diferente quando voltamos a tentar. Não é por nos metermos num sarilho que somos desordeiros. Isso só quer dizer que temos de fazer um esforço maior por nos comportarmos bem. Não é por termos uma má nota que somos estúpidos. Essa nota só quer dizer que temos de estudar mais.

Ninguém nasce bom em nada. Tornamo-nos bons graças ao nosso trabalho. Não entramos para a primeira equipa da universidade a primeira vez que praticamos um desporto. Não acertamos em todas as notas a primeira vez que cantamos uma canção. Temos de praticar. O mesmo acontece com o trabalho da escola. É possível que tenham de fazer um problema de Matemática várias vezes até acertarem, ou de ler muitas vezes um texto até o perceberem, ou de fazer um esquema várias vezes antes de poderem entregá-lo.

Não tenham medo de fazer perguntas. Não tenham medo de pedir ajuda quando precisarem. Eu todos os dias o faço. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de força. Mostra que temos coragem de admitir que não sabemos e de aprender coisas novas. Procurem um adulto em quem confiem - um pai, um avô ou um professor ou treinador - e peçam-lhe que vos ajude.

E mesmo quando estiverem em dificuldades, mesmo quando se sentirem desencorajados e vos parecer que as outras pessoas vos abandonaram - nunca desistam de vocês mesmos. Quando desistirem de vocês mesmos é do vosso país que estão a desistir.

A história da América não é a história dos que desistiram quando as coisas se tornaram difíceis. É a das pessoas que continuaram, que insistiram, que se esforçaram mais, que amavam demasiado o seu país para não darem o seu melhor.

É a história dos estudantes que há 250 anos estavam onde vocês estão agora e fizeram uma revolução e fundaram este país. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 75 anos e ultrapassaram uma depressão e ganharam uma guerra mundial, lutaram pelos direitos civis e puseram um homem na Lua. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 20 anos e fundaram a Google, o Twitter e o Facebook e mudaram a maneira como comunicamos uns com os outros.

descobrirafelicidade a 13 de Setembro de 2009 às 00:58

Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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Aviso:
As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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