Sexta-feira, 18 de Novembro de 2011
Tenho dormido mal nos útimos 3 dias.
Há uma imagem que invade o meu pensamento e o meu coração continuamente...
E é uma imagem triste e de fim de linha, escolhida por um jovem e que contrasta com tudo o que de bonito e promissor tem a própria juventude.
No passado fim de semana, um jovem da idade do meu filho, amigo e colega de faculdade dos dois jovens cá de casa, resolveu (?) terminar com a sua vida de forma, afirma-se (repete-se?), inesperada...
Talvez para ele não fosse assim tão inesperado, talvez já existisse um longo caminho percorrido de que quase ninguém se deu conta, ou...Ele não confiou a ninguém.
Mas o que dói profundamente é este revogar de futuro...Esta ausência de visão de caminho aos 26 anos.
Hoje, na aula de Formação Cívica, a propósito da incompreensão e da ausência de diálogo em casa e fora dela, não pude evitar falar do doloroso sofrimento emocional que, por vezes, se esconde e para o qual não se pede ajuda a tempo, enquanto tudo é ainda resgatável... Olhei cada um  com atenção e, sabedora das  difíceis circunstâncias de alguns, falei de mim e da experiência partilhada ao longo da vida por toda a humanidade, mas que para os jovens, mais inexperientes, não é tão evidente: A Impermanência de tudo.
E de como a nossa vida flui, dá voltas todos os dias continuamente, e envereda por caminhos que nem prevemos, nem sonhamos...E, portanto, nunca, em tempo algum, podemos afirmar que o caminho será sempre aquele que nos cega e atormenta hoje.
Ao cortar desta forma o futuro, ao não permitir que a vida flua, ao desistir de lutar - nunca o sofrimento poderá ser atenuado, nunca mais as circunstâncias poderão alterar-se.
O sofrimento eterniza-se...
Senti medo amigos, medo de que algum deles (ou outros jovens* em qualquer parte) possam estar a passar por trânsitos semelhantes...
E nós sem sabermos, até ao dia...


publicado por Marta M às 19:00
E o inesperado acontece, a vida termina de forma abrupta e chocante.
Inexplicávelmente sentimo-nos impotentes para conseguir ler o que vai na alma de quem sofre em silêncio.
Temos medo de não chegarmos a tempo, de não adivinhar o olhar, de não prescutarmos as emoções e sentimentos de quem tem vontade de desistir do bem mais precioso que é a vida.
Uma notícia triste amiga, infelizmente mais triste fica quando ela acontece tão perto de ti.
Resta-nos o consolo de outras vidas que continuam, sobretudo as de quem mais amamos e será sempre essa a força que nos impele e nos anima.

Beijinhos
Manu
Existe um Olhar a 19 de Novembro de 2011 às 12:16

Manu :
Bem vindas sejas pela centésima vez a este espaço...
Mesmo que seja para comentar comigo este episódio que não me deixou dormir em dias...
O que mais choca é mesmo é este revogar do futuro, esta cristalização do sofrimento, e este caminho interrompido...
E o sofrimento emocional Manu , imagina-se...
Mais se soubesses a forma escolhida e sendo a mãe que o encontrou no quarto de manhã.
Muito mau amiga.
Um abraço que espero te encontre bem.
Marta M
Marta M a 26 de Novembro de 2011 às 20:11

Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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Aviso:
As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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