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Esta palavra ocorreu-me com alguma frequência nos últimos dias e hoje repeti-a a uma amiga querida quando partilhámos confidências sobre a enorme dificuldade e generosidade que implica esta "aventura de ser mãe" nas suas palavras...
Porque existem conflitos e discussões, mas também um amor imenso...
E porque dosear o amor e a autoridade é trabalho para Hércules...
Gostaria muito de falar aqui com vagar e partilhar aqui algumas (das minhas muitas) inquietações no meu papel de mãe ou de como este foi o papel fundamental da minha vida, que me trouxe uma imensa paz e grande parte da minha estabilidade emocional, mas também, reconheça-se, foi nesse papel que vivi os momentos mais difíceis da minha vida...
E porque o tempo é muito curto e porque há poucos anos o escrevi com algum acerto numa mensagem dirigida aos meus filhos, partilho-o hoje aqui, na expectativa que sirva de consolo, companhia e estímulo a alguém:
"Já há algum tempo que tenho isto dentro de mim e penso que hoje chegou o dia de o colocar no papel e deixar este testemunho.
Nunca se sabe o dia de amanhã e como não temos a vida nas mãos, antes que seja tarde, tomam conhecimento.
Durante o vosso crescimento fui eu que disse: presente.
Para o bom e para o mau. (...)
E quando não foi fácil.
Mas eu estive lá, mesmo que não se lembrem.
Eu lembro-me.
E nunca me furtei a essa responsabilidade, nem empurrei para ninguém o trabalho menos simpático ou difícil que havia a fazer na vossa educação.
Portanto, quando houve necessidade de chamar à razão, de orientar, de conversar de dizer um não– estive lá e disse-o.
Não me preservei descansada numa zona dúbia, nem cómoda.
Abri o peito às balas, preparei o coração e fiz o que foi preciso.
Se foi difícil? Foi impossível de difícil.
Mas foi necessário ao vosso crescimento e, mesmo aguentado o vosso olhar de desprezo e revolta - eu fiz.
E partiu-me o coração, literalmente.
Porque? Porque era mais importante para a vossa correcta educação do que para o meu bem-estar ou para o meu descanso.
Ou julgam que não era muito mais cómodo deixar este trabalho para outro?
Quem me dera poder ter dividido um pouco mais esta tarefa difícil.
Não seria mais simples e “popular” para mim ter-vos deixado à solta? Que batessem a cabeça...E eu caladinha, e a assistir ?
Ou a debitar banalidades, ou fazer-me de "amiguinha" apenas?
Seria, mas não é esse o meu papel na vossa vida, e eu sempre assumo as minhas responsabilidades.
Por isso não me preservei em todas aquelas vezes em que tentei (tive que tentar!) vos contrariar e orientar no meio das crises e desacertos pelos quais vocês passaram ao longo do vosso crescimento.
Os desacertos? Normais, tinham que existir, fazem parte do crescimento dos jovens.
Assim como é papel dos pais educar…
Fiz o melhor que sabia e podia e isto nunca foi um concurso de popularidade...
Era do vosso futuro que se tratava.
Por isso, nada me pesa, de nada me arrependo.
Gosto do resultado e das pessoas que se estão a tornar.
Valeu"
Espero que estas pelavras sejam úteis.
Pessoalmente gostava de as ter escutado quando, no meio da tempestade, tinha milhares de dúvidas...