Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2012

Lembram-se deste post?

Pois amigos, a situação agudiza-se e as últimas propostas do Ministério da Educação ainda precarizam mais esta profissão a que tanto me dedico.

Com o argumento duvidoso de que as escolas possam escolher os seus professores contratados de forma directa, sem respeito pela sua graduação profissional adquirida a pulso ao longo de anos (no meu caso, mais de 10 - mas há quem esteja há quase 15...), tudo querem resumir a uma entrevista (?) sem critérios objectivos ou muito claros...

Como se o desempenho de um professor se pudesse avaliar em meia hora de conversa...

Por simpatia? Por pedido/cunha? Por intuição? Gostaria de perceber.

Num país onde os empregos escasseiam, dar este poder pessoal e discricionário em relação a um emprego público a um único elemento da escola, pois é no mínimo, perigoso...

E tentador nos tempos de desemprego que correm.

A nossa Constituição da República é muito clara em relação a isso e já lhe fiz referência no post referido no início.

Pelas razões expostas e porque, apesar da experiência acumulada que me diz que tudo tem o seu tempo, não consigo cruzar os braços e simplesmente criticar na internet ou via postal... Ou na sala de professores, ou no Café.

Por isso, arregaço as mangas e participo - ajudo à mudança.

 Dessa forma, coerente, participo nas manifestações e protestos que me parecem justos. Foi o caso desta Vigília de 24h em Lisboa.

Para além do protesto, foi importante dar um rosto (no caso também o meu) aos milhares de professores que, como eu, servem o sistema há anos, e que são dispensados em 31 de Agosto e recrutados sucessivamente no início de Setembro.

Neste novo regime proposto, até esta precariedade e prioridade expectável, nos é negada.

Passei então a noite ao relento, pela primeira vez na minha vida - uma noite longa e fria do mês de Fevereiro, em Lisboa.

Foi uma experiência para a vida amigos, acreditem.

Sentada e tapada, não dormi mais do que 10 minutos e observei muito...

Pude sentir na pele o que será viver na rua a olhar para os prédios que nos rodeiam e a desejar entrar e desfrutar daquele quentinho e daquela luminosidade que chama tanto a nossa atenção...

E foi só uma noite...

Estiveram sempre por ali, dois sem-abrigo, a olhar para nós...

Imaginem como será viver assim?

 

 

*Nota. Gosto de alguma reserva,mas como muitos alunos e colegas viram a reportagem da Sic (Vigília) , pois ela aqui fica e assim podem conhecer-me um pouco melhor, mesmo depois de uma noite ao relento... ;)



publicado por Marta M às 18:29
Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2012

"Não perguntes porquê,

Pergunta: Para quê?"

 

 

 

Sim, todos os dias obrigo-me a colocar esta pergunta /ordem.

Desde  que saio da cama e saúdo o dia e a luz - repito-a. 

As aprendizagens são mesmo assim, nada valem senão puderem ser testadas.

Confrontadas.

Nada de pena, nada de revolta, apenas o esforço que procura contornar e alterar a situação.

E a aceitação de que haverá, mesmo que não pareça, uma razão.

Acrescento a certeza de que esta fase exigente, no fim, me há de fortalecer e levar mais longe...

E não será esta a primeira, nem a última vez.

 

Todos os dias, mesmo que não apeteça, repito a máxima, e  obrigo-me a integrar tudo isto.

 

 

Nota: As razões, as explicações não importam expôr aqui, são as todos nós em alguma fase da nossa vida, por isso a frase fica só por si, como inspiração para quem precisar. Eu preciso.

 



publicado por Marta M às 19:15
Domingo, 12 de Fevereiro de 2012

Jornal Sol (aqui) 

Sempre encontrei imenso sentido na declaração deste filósofo Dinamarquês -Kierkergaard.

Esta semana ela voltou a ressoar oportunamente dentro da minha cabeça.

Num tempo um pouco exigente demais para mim e porque sei (sinto) que devo apostar no que é positivo e que me abre horizontes, faço o que sempre fiz - procuro inspiração e... Sigo.

E encontro-a nos meus livros e, em todos aqueles que, mal grado as difíceis circunstâncias que os rodeavam (neste caso todo um país?), ousaram pensar pela sua cabeça e não abdicaram dos seus valores... E tinham tudo o ganhar se o fizessem. E ninguém os criticaria...

Mas, com todos os atenuantes, não cederam.

São pessoas assim que me fazem nunca perder a esperança na humanidade e na força de um gesto individual.

Voltando atrás no tempo e tentando colocar-me no lugar deste homem que inicialmente pertencera ao partido Nazi e, que usando o coração e os seus valores humanistas, contraria posteriromente aquela ideia dominante de que, todos apoiavam  a barbárie Nazi por medo ou convicção, recusando-se à  saudação acéfala... Gesto que lhe poderia custar a vida ou a liberdade.

Mas ali está ele, contra toda a conveniência, contra a corrente.

Haverá maior demonstração de coragem?

Sem euforia, sem a adrenalina que é o motor de tantos que se dizem "corajosos"...

Ali no meio da multidão que reponde ( mentindo no gesto ?), que alinha, ele permanece na sua decisão e o seu cruzar de braços e silêncio é o grito que fica  ecoar mais alto.

Nada de comparável com as nossas dificuldades, eu sei, nada de tão exigente e perigoso nos é pedido.

Com as devidas distâncias e proporções, continuo a achar que pessoas assim que ousam, que persistem, que acreditam em si e no seus valores, quando seria mais fácil (e cómodo) alinhar e são coerentes no gesto e na vida, merecem continuar a ser modelos e a inspirar-nos quando queremos, simples e humanamente, deixar-nos ir na corrente e... "desanimar".

Não pode ser, pois não?

 

Nota:

Marcolino, meu amigo: Aqui fica para si, o sorriso :)

Obrigada.



publicado por Marta M às 12:48
Sábado, 04 de Fevereiro de 2012

Frio e cinza são as palavras que estão na cabeça de todos, não é?

E não nos fazia falta este tempo deprimente com tudo o que já temos em cima das costas, pois não?

Pois não é o sol  um dos poucos presentes que nos oferece este nosso país...?

Eu que o agradeceria tanto nos últimos dias, sinto-lhe a falta...

Particularmente nesta semana pesada em casa e no trabalho, com inúmeras contrariedades e despedidas forçadas.

Às vezes a vida coloca-nos à prova, só para testar a nossa evolução - eu sei.

Procuro estar à altura....



publicado por Marta M às 17:20
Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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