E porque a palavra pressão está sobre a cabeça dos portugueses e aparece somada ao que nos cai em cima todos os dias, lembrei-me desta história mágica que, de vez em quando, me serve de inspiração.
Li -a há anos atrás e contei-a de forma recorrente aos meus filhos, como exemplo pedagógico de contenção e de saber-estar ao longo dos anos...
Procurei-a na net, nos meus livros do Paulo Coelho, em anotações antigas e nada...
Não encontro autor, nem procedência.
Por isso aqui vai, como me lembro:
Num espaço de meditação um grupo de pessoas (ou monges) meditava em silêncio, tentando acalmar e aquietar as suas mentes e, nesse exercício, encontrar paz de espírito e consequente clarividência para a tomada de decisões...
De repente um homem mais velho entra em levitação por alguns segundos para de seguida,com uma força imparável atravessar a sala de uma ponta à outra a uma velocidade estonteante por duas, três vezes, até que volta a pousar e retoma o seu lugar.
Ao seu lado, um jovem segreda-lhe, notoriamente, deslumbrado:
- " Que força, hum?
Ao que o homem responde:
- "Não foi força, foi fraqueza!"
É isso meus amigos, às vezes, ficar quieta/o é substancialmente mais difícil do que falar e mostrar o nosso desacordo ou descontentamento.
O silêncio bem gerido é uma arte de difícil concretização e saber quando falar ou quando aguentar a pressão imensa e nada dizer, é verdadeiramente uma demonstração de autocontrolo e força.
E de sabedoria. E até, de amor.
Numa semana em que se tomaram muitas decisões de futuro na minha família e em que me apeteceu dizer tanto...E podia fazê-lo com facilidade e desenvoltura, pois escolhi nada dizer e deixei que a vida tomasse o rumo que devia (podia?).
E sabem que mais?
Não tendo sido feita a minha vontade, pois parece que tudo se encaixou e
"tudo está como deve estar".
Giro.
Nota: A Imagem é do jornal i, sobre outras pressões...Essas não pedem silêncio, nem inacção.