Domingo, 31 de Outubro de 2010

É a palavra que me ocorre para o dia de hoje em que vemos partir a Avó Maria.

Paz e amor foi o que ela sempre semeou à sua volta e entre nós, e é em paz que nos deixa, sem nenhum peso, com tudo resolvido e vivido.

Obrigada pelo exemplo de dignidade.

Boa viagem querida Avó Maria.



publicado por Marta M às 11:27
Quinta-feira, 28 de Outubro de 2010
NÃO?
Todos os dias as notícias pioram e o cenário enegrece...
A questão às vezes até me parece pessoal ou uma luta de egos...
Mas na verdade é o futuro viável de quase 11 Milhões que está em causa!
Já escutei uns e outros e o cenário não melhora, nem promete novidade.
Esta país tem que levar um rumo novo como bem refere a minha amiga Teresa (aqui)
E a questão, como na vida e no trabalho, passa fatalmente por nós e pelo contributo de cada um, onde e quando puder.
E por fazer ouvir a nossa voz e a nossa exigência.
Esta semana mandei emails endereçados a alguns responsáveis deste país e alguém há de escutar a nossa indignação.
Faço a minha parte.
Não sei organizar um movimento, nem sequer uma revolução, só junto a minha voz a tantos que pedem mudanças e reformas razoáveis.
Só posso fazer a minha parte, trabalhando, propondo e apoiando quem pode e faz melhor.
Venham eles!
A não ser assim, a mensagem deste pequeno filme, torna-se realidade tão rápido que até assusta.


publicado por Marta M às 19:54
Quarta-feira, 20 de Outubro de 2010

Assim está céu do meu país...

E o coração dos portugueses.

 

Nuvens negras, densas e aparentemente perenes teimam, suspensas, por cima de nós...

E há não ventos de optimismo coerente que as dissipem.

Escuto as notícias, ouço os responsáveis (e aspirantes a responsáveis) pela condução dos destinos do nosso país e das nossas vidas e nada me parece confiável.

Pior, tudo me parece precário, artificial e incapaz de propor alternativas consistentes ou de futuro para todos.

O elo mais fraco, o nosso estimado Estado Social, sempre na berlinda e constantemente ameaçado por vozes autorizadas (?).

Nós, reféns provisórios deste pensamento único que nos cerca, a tentar perceber o que nos aconteceu.

As estruturas sociais que nos são caras e permitem a coesão social estão mesmo em processo de morte anunciada?

O Estado Social não tem futuro?

Custa-me a ceder a esse coro.

E resiliente, desacredito e faço ouvir a minha voz noutro sentido:

No sentido do pensamento das alternativas e do compromisso que permitam manter o essencial e gerir os recursos com maior eficácia.

E melhor administração, outra diferente com estes ou outros protagonistas, mas a partir de outro paradigma.

Do que corta primeiro na despesa e no que é excessivo. E há imensos excessos por onde começar...

Todos conhecemos (sem demagogia, claro!) inúmeros exemplos concretos que não passam por despedir ou desamparar ninguém.

A redistribuição justa da riqueza produzida, e a boa gestão dos recursos disponíveis é um factor de desenvolvimento sustentável para qualquer país, todos o sabemos. 

Inserir balões de oxigénio para manter à tona um modelo que frequentemente entra em crise? Sim, enquanto não surgem melhores modelos, mas com critérios mais apertados.

Se não, não é esta a solução de futuro que precisamos.

Diminuir os apoios sociais,  cortar nos salários, taxar de impostos impossíveis os bens mais básicos do nosso cabaz de compras, é o mais simples e o mais fácil, porque a receita é imediata.

Mas também é imediata na pele de quem menos tem e pode. 

E não resolve o problema, só lhe aumenta o período de agonia, parece-me.

E também é imediata para as empresas que, ao venderem menos porque não há quem tenha dinheiro para comprar, reduzem ao máximo os custos e, principalmente, reduzem o pessoal e aumentam o desemprego, e menos dinheiro disponível existe para circular.

O ciclo é vicioso e penaliza a economia, pior, retira-lhe espaço de crescimento.

Como vamos então sair deste ciclo negativo mais tarde?

Como vamos recuperar?

A história mostra-nos que sempre se encontrou o caminho de volta e, as sociedades já se recuperaram de crises económicas semelhantes, e até de uma guerra devastadora, mas nem sempre o caminho foi linear.

É verdade que os tempos de crise são também os tempos das grandes oportunidades e das grandes rupturas...

Mas foi também nos tempos de desespero que campearam os oportunistas e os ditadores.

Hitler ganhou as eleições alemãs apesar dos seus discursos explosivos e xenófobos, quando prometeu emprego a 6 Milhões de alemães desempregados...E desesperados.

Como professora de História assusta-me constatar o quão pouco muda a natureza humana ao longo dos séculos perante as ameaças ao seu mínimo vital.

Estes tempos requerem a nossa vigília atenta.

Nunca a nossa alienação.

 

Nota: Aqui - http://www.ionline.pt/conteudo/84608-se-oe-nao-for-aprovado-fica-em-causa-nossa-independencia



publicado por Marta M às 20:57
Terça-feira, 12 de Outubro de 2010

 

 

Esta foi uma semana foi cheia de novidades. E desafios.

Numa das turmas a meu cuidado foi colocada (em circunstâncias familiares muito complicadas) uma jovem aluna surda-muda e a sua irmã.

Como todos sabem -e, se não sabem, ficam hoje a saber - os professores não têm na sua formação inicial, a preparação técnica para lidar com estas ou outras limitações semelhantes.

E a cada dia, com a escola inclusiva que temos, mais falta nos faz...

E, já agora, penso que saberão, também,que nos faltam técnicos e psicólogos que nos ajudem nas escolas - para não falar em professores - mas isso já é usual!

O governo congela admissões e contratos e nós temos que, no terreno, resolver as múltiplas questão que se nos vão colocando...

A grande questão é que tenho a jovem nas minhas aulas e a única forma de comunicação de que dispomos até ao final do 1º período, é a sua habilidade de leitura dos meus lábios e a ajuda da sua irmã que, estando no mesmo ano e sala, faz a ponte entre ela, os colegas e nós professores.

Passada a primeira semana, não posso dizer que já esteja tranquila com a situação (mais numa turma de 20 alunos que requerem a minha atenção individualizada) mas, de uma forma ou de outra, com o auxílio também da escrita, temos comunicado com certa fluidez.

E a aluna, com aquela sabedoria que as dificuldades vão apurando ao longo dos anos, parece-me razoavelmente integrada.

Mas...

Eu é que não consigo ficar satisfeita com esta situação e, não tivesse eu mais nada com que me ocupar, ainda entendemos no Conselho de Turma ser nossa obrigação tentar aprender um pouco sobre linguagem gestual (portuguesa e outra) cujo alfabeto, entregue por uma colega, reproduzo acima.

Eu tenho a obrigação profissional e pessoal de fazer chegar a minha mensagem a esta aluna e, aprender a linguagem gestual, é algo que há muitos anos desejo fazer.

Agora a vida colocou-me nesta situação e disponho-me a responder a ela.

Há de fazer-me bem aos neurónios.

Não dizem os estudos científicos que a melhor prevenção para o Alzheimer é a aprendizagem de uma nova língua?

Estou em boa idade para tomar certas precauções ;)

Vou dando feedback!

 

E ainda:

Viva o espírito humano,  a sua  capacidade de ser solidário e

 de fazer-nos chorar de alegria!!



publicado por Marta M às 20:06
Quinta-feira, 07 de Outubro de 2010

Este título que chegou-me por indicação da minha amiga Madalena, na sequência de uma conversa profunda que não constava da nossa agenda...

Sim, aconteceu que, apesar de termos trabalhado um ano juntas, num dia de manifestação e luta (na última semana de aulas), enquanto aguardávamos que nos recebessem na DREC, a conversa surgiu e foi ganhando velocidade, intimidade e força.

E foi uma conversa profunda e franca, como nunca antes havíamos tido.

Nesse dia, percebi o quanto temos em comum e que, agendando e criando o espaço, poderíamos aprender muito uma com a outra.

Assim será amanhã, quando reunidas também outras amigas, vamos jantar todas juntas.

A Madalena com a sua ética e sensibilidade apuradas e trabalhadas por problemas e dificuldades, falou-me deste título e de como ele e a suas autoras tinham tido uma influência muito positiva na sua vida.

O Livro, como já referi por aqui, tem uma linguagem simples e acessível, aborda os afectos e as nossas dúvidas e inquietações de um ponto de vista pessoal, ainda que procure alicerçar-se na sociologia, na física e na psicologia sempre que possível.

As autoras são duas mulheres que se juntam numa parceria de escrita, partilha de experiências e de ganhos pessoais.

A imagem é poética: uma borboleta lilás atravessa os capítulos e vai se fortalecendo até conseguir voar sozinha e segura ao encontro do seu destino.

E diz coisas como estas: 

"Intuição versus Lógica"

"As descobertas científicas ocorridas nas últimas décadas perspectivam o controlo de doenças (...) o que tem conduzido ao aumento da esperança de vida no ser humano.(...) O conforto de uma vida facilitada pelos electrodomésticos (...) a internet (...).

Bom, tudo se parece conjugar para uma vida harmoniosa, fácil e de elvada qualidade. Infelizmente isso não é verdade.

Talvez nunca como hoje se tenham verificado tantos casos de ansiedade, de depressão, de infelicidade.(...)

Não existem soluções mágicas, vindas do exterior. Assim sendo este livro só poderá contribuir para ajudar alguém a ser mais feliz se houver alguém que o leia e aceite esse desafio.

A resposta só pode estar dentro de nós, ao estabelecer uma relação de harmonia connosco e com a vida"

E continua...

Para quem aceitar o desafio.

 



publicado por Marta M às 21:21
Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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Aviso:
As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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