Gosto de reflectir (e propor reflectir sobre) dilemas morais.
Penso que se aprende muito sobre nós e sobre os outros...
Neste caso temos um casal de classe média americana, com três filhos que, num momento em que a ruína financeira os leva por caminhos difíceis de gerir, surge, saída do nada, a solução rápida e aparentemente fácil dos seus inúmeros e insolúveis problemas.
À porta uma misteriosa e anónima caixa surge do nada, seguindo-se a visita de uma personagem estranha e desfigurada que lhes faz esta proposta:
"Se carregaram no botão vermelho que encima a caixa (The box) surgirão do nada, um milhão de dólares à ordem nas suas vidas..."
Tudo limpo (?!) e fácil, parece...
A solução mágica para anos de incertezas, sacrifícios e para a falência inevitável...
Mas como dizia Milton Friedmam:"não há almoços grátis!"
E segue a estranha personagem na evocação das condições da oferta, mais ou menos nestes termos:
"Ao carregar no botão e recebido o milhão de dólares, alguém aleatoriamente, no mundo, morre imediatamente."
A partir daqui está lançada a receita e o dilema que há de consumir e enredar as suas vidas...
Falámos muito cá em casa sobre esta proposta "indecente, degradante"e ao tempo (reconheçamo-lô) "tentadora".
Ela procura explorar o pior que existe em nós, mais porque tudo seria feito em casa, discretamente, sem olhares de terceiros e havia ainda a possibilidade de nunca sequer se conhecer a pessoa que morrera...
Terrível e desumana proposta, não?
Ou aparentemente fácil em qualquer dos dois sentidos?
No fim, tudo somado, o maior desafio era viver connosco e com a nossa escolha...
Notas:
1 - Assusta-me profundamente saber o que inúmeras pessoas, fechadas numa sala, sem testemunhas, seriam capazes de fazer para salvar a própria pele...
2 - O filme está por aí, em várias salas de cinema.