Aqui está ele: Novinho em folha e pronto a estrear...
Tratado o tema do Natal (sei que não a consenso de todos) mas na medida do que me foi possível...e honesto. Retomo o ao cumprimento dos rituais (?) e hoje venho falar do ano que se inicia e que, como sempre, vem cheio de possibilidades...
Olho para o calendário..Aqui está ele, novinho, à espera de ser desfolhado e...vivido.
Sendo um marco antropológico e cultural, a passagem de um ano para outro é comemorada em diferentes datas dependendo da cultura e do local do planeta em que vivemos. Os chineses só o farão daqui a alguns meses, por exemplo. A nós, toca-nos agora.
No fundo, este ritual de passagem é algo que, à falta de melhor justificação, nos propomos e aceitamos como parte da nossa tradição. Renovar um ano, com doze meses completamente novos e ter esta sensação de estarmos a "recomeçar" é algo que ajuda e acrescenta esperança. Eu sei.
Sempre tive simpatia pela oportunidade de "recomeçar", de que sempre estamos em tempo de mudar ou corrigir o rumo.
Se o ano é novo, se existe um ritual de passagem que o sublinha e assinala, melhor.
E mais fácil.
Que desejo para este novo ano? Pouco. Sim pouco, porque há coisas e situações que não dependem de mim, sequer da minha vontade ou até, de tudo o que eu faça.
A vida/Universo/Deus hão de trazer-me alegrias e tristezas, acertos e erros - Só espero estar à altura de tudo e tanto que me for chegando. Quer valorizando a dimensão do Bom ou sobrevivendo com dignidade e acerto nas decisões ao menos bom...
Ambas situações me reconduzem à minha humanidade e, sei, me fazem crescer.
Já entendi isso.
Então se decisões de novo ano pouco resultam, que posso fazer de mais acertado neste final de calendário?
Balanços!
Se o ano foi bom? Foi e não foi...
Amigos partiram; ocorreram conversas improváveis e enriquecedoras; existiram discussões onde foram ditas palavras boas e más; mesmo com o susto de ter tido que realizar uma biópisia incómoda, tive sempre saúde e os meus também.
Fui a Barcelona; o meu filho terminou o curso e começou a sua vida de trabalho com sucesso ;) ; a minha filha está mais aplicada e próxima ;) ; tive trabalho e sorte em tantos km de estrada; tive (mais uma vez) alunos que souberam reconhecer o meu esforço; tive colegas que se tornaram amigos; tenho novas e queridas amigas ;) que moram já, literalmente, no meu coração...
Tive, numa tarde cinzenta e fria da semana passada, as minha alunas do ano passado que, ao saberem por outra que me dirigia à escola para as visitar, sairam pelos portões da escola e subiram a Avenida que leva ao estacionamento, gritando o meu nome com os braços abertos..Quando chegaram a mim, já as lágrimas me corriam em fio ao tentar abraçar as 16 de uma só vez...; Tive o nosso conhecido C., que me disse:" Gosto mesmo de si stora..." (apesar de continuar algo complicado e sem estudar nada!).
Não valerão estes momentos, que levarei para sempre comigo, por tanto o que senti em falta no ano que passou? Não terei eu tido tudo o que precisava?
Se calhar tive. Se queria um pouco mais?
Queria, mas como já disse, provavelmente a Vida nunca corresponderá a tudo que eu quero, mas ao que eu preciso.
Todos os dias deste ano que finda, procurei, humildemente (e de forma serena) aceitar isso.
Fecho o ano ainda nessa aprendizagem...
;)
Nota: Ora aqui está uma boa teoria pela mão de Laurinda Alves, no Jornal i: