Segunda-feira, 31 de Agosto de 2009

 

Venho agora do cinema, actividade que adoro e considero um luxo poder usufruir. Passei por uma experiência tão marcante que não resisto a partilhar.

O filme é para além de mágico.

Elogiado pela crítica ( é constatar as 5 estrelas atribuídas pelos nossos críticos mais severos..) e entusiasticamente aclamado em Cannes, UP  encanta quem o visiona.

Da gargalhada às lágrimas, do espanto ao enternecimento profundo que permanece em nós. Tudo se experimenta em pouco mais de 90m, em 3D, numa sala perto de mim e de si (caro amigo/a), também.

O filme é profundo e  faz pensar,  interpela-nos muito para além do desenho animado que,  à primeira vista parece ser. Sim parece, porque UP - Altamente (o título aportuguesado apenas pretende ser apelativo) sendo um  espectáculo apto para todas as idades, é um filme adulto, inspirado e com uma mensagem madura e de renovação espiritual. De esperança em toda a linha.

A ideia fantástica de um idoso, o Sr.Carl Fredricksen, que "levanta" no ar, por meio de balões, a sua velha casa e redefine com esse iniciativa todo o nosso (e seu) conceito de aventura, procurando  cumprir o sonho de uma vida, emociona-nos até às lágrimas. Ao rumar a sul com um hospede indesejado, mas que o desafia em toda a linha, tanta honrar o seu sonho e o da sua falecida mulher, com quem sempre sonhara uma viagem de aventura e exploração ao estilo dos anos 50, à "Cascata do Paraíso" algures  na América do Sul...

O filme tem de tudo, do acompanhamento das cenas em suaves melodias ao piano, às cores e efeitos digitais, à originalidade do tema, tudo concorre para uma elegância narrativa como há algum tempo não se via em desenhos animados - considero que o medo de construir um filme menos "comercial" e apelativo, impede os produtores, inúmeras vezes, de aprofundar certos valores e sentimentos.

Este filme contraria toda esta lógica e vence! Os estúdios da PIXAR e os realizadores do filme, não tiveram medo de ser "sensíveis" até onde consideraram  ajustado à narrativa em causa. Contornaram, com inteligência e mestria, o lado mais apelativo  que costuma infestar todas as fitas feitas em série e conseguem levar-nos à reflexão sem perder o entusiasmo pelo espírito aventureiro que também exploram.

Contrariando o espírito comercial mais óbvio,  o riso ou o choro fácil, este filme mostra, explica e dá tempo para se saborear cada momento.

Aconselho aos amigos  que tirem um tempo para  desfrutar desta experiência enriquecedora e deste luxo visual.

E, notem bem, sem atrasos, que os primeiros 10m são de antologia...

Bom filme!

;)

 



publicado por Marta M às 01:05
Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009

 

   Escultura de Jean Pierre Augier (1941)

                                                       (Cortesia da minha amiga Olga B.P)

 

 

   Sabiam que se pudéssemos  reunir a população mundial numa aldeia de 100 pessoas, mantendo as proporções de  todos os  povos existentes no mundo, essa aldeia seria composta do seguinte modo:

 

57 Asiáticos
21 Europeus
14 Americanos (norte e sul)
8   Africanos

 

Na mesma proporção, na aldeia, seriam:


52 mulheres
48 homens
70 pessoas de côr
30 caucasianos
90 heterossexuais
10 homossexuais
6 pessoas seriam donas de 59% de toda a riqueza e todos eles seriam dos Estados Unidos da América
80 pessoas viveriam em más condições
70 não teriam recebido qualquer instrução escolar
50 Sofreriam de má nutrição
1 estaria para morrer
2 nasceriam
1 teria um computador
1 (apenas um) teria instrução escolar superior.


   Observando o mundo sob esta perspectiva, é possível continuar a ignorar a necessidade desesperante de mais solidariedade e educação? 

    O mundo é o não o que fazemos dele?

 

 

Fonte: Site das Nações Unidas - Publicado por XIS - Ideias para pensar (Que saudades!).



publicado por Marta M às 15:54
Quarta-feira, 26 de Agosto de 2009

Passagem de testemunho.

 

Hoje, 26 de Agosto, a minha avó Ascensão faria 99 anos...Ela que queria tanto chegar aos 100.

Foi quase...

Tal como o meu avô Alfredo, já é um estrelinha há um pouco mais de um ano.

Ele é o meu avô materno e ela a minha avó paterna. Nasceram no mesmo ano, no mesmo país e no mesmo mês..Morreram ambos no dia de Natal, com cerca de 30 anos de diferença.

Tenho muitas saudades dos dois, mas a minha avó, com que tanto me pareço e com que vivi mais, é uma ferida que ainda me dói sem encontrar aquela paz e aquela sensação de aceitação e celebração da sua vida connosco. Sei que chegarei lá, mas ainda falta caminho.

Da última vez que falámos neste dia, já com a a memória a atraiçoá-la (haverá injustiça maior?) não cabia em si de contente por celebrar mais um aniversário, mas, a meio da conversa lá se esquecia e perguntava pela justificação de tanto alarido com bolo incluído, e quando lhe lembrava do seu aniversário e da idade atingida (97), vinha a surpresa:

- "Tantos"?

Sim eu sei, foram muitos e bons, o testemunho passou, mas ainda assim souberam a pouco...

Parabéns Vóvó ;)

 

 



publicado por Marta M às 15:37
Sábado, 22 de Agosto de 2009

 

(http://marcolinosorio.blogspot.com/)

 

Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo.
    "Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, observando como ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então, parecia que ela havia parado de fazer progressos. Pareceu-lhe que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
O homem decidiu ajudar a borboleta: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha asas amassadas. O homem continuou a observá-la, porque esperava que, a qualquer momento, as suas asas  se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, com sua gentileza e vontade de ajudar não compreendera, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo pelo qual Deus /a Natureza (?) permitia  que o fluído do corpo da borboleta impregnasse as suas asas, fortalecendo-as, de forma que ela estaria pronta para voar, uma vez que estivesse livre do casulo. Tudo a seu tempo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida."
 Talvez (e hoje escrevo-o, num tempo de desalento) se a vida nos permitisse caminhar sem tantos obstáculos, ficaríamos incapacitados para ela, aleijados...
Nós não seríamos tão fortes como poderíamos ter sido.
Nós nunca conseguiríamos voar...
Acredito nesta filosofia, mas acrescento que, ainda que nos façam mais fortes, existem coisas e situações em que o "processo" de fortalecimento, quase nos incapacita...e torna-se difícil usar mais tarde a lição aprendida.
 
Nota: Como já referi, adoro arco-íris - têm o poder de regenerar-me. Este foi fotografado e enviado para mim por um amigo. Agradeço-lhe muito, principalmente hoje. A mãe natureza é sábia...Tem razão Marcolino.


publicado por Marta M às 18:58
Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009

 

 

Já que esta semana resolvi dar visibilidade a temas mais ligados à "casa" que todos partilhamos, publico este vídeo - A história das Coisas - que merece atenção.

Mais, em período de férias para tantos e, portanto, sem os apertos de tempo habituais.

Este vídeo não é muito pequeno, e só encontro esta versão em português, mas é muito esclarecedor e responde àquelas perguntas que nós usualmente não fazemos, mas que basta pensar nelas para perceber como as repostas nos deviam interessar. E muito.

Procuro aprender algo novo todos os dias, se esse é também o lema de quem me acompanha, recomendo este pequeno filme.

Boa semana!

 



publicado por Marta M às 19:27
Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009

 

 

 

Quando há dias publiquei o link da iniciativa de limpeza da Estónia desconhecia que um grupo de cidadãos empenhados já lançara mãos à obra no nosso país, encetando iniciativas que visam colocar em andamento a mesma movimentação cívica em Portugal.

Recebi este convite de um aluno, leitor do blog e interessado em movimentos cívicos e agradeço muito o gesto.

Já o repassei e agora volto a dar-lhe visibilidade na rede.

Convido a outros que façam o mesmo.

A iniciativa é nacional, mas os grupos de voluntários agregam-se por cidades e concelhos, a fim de propiciar um organica mais eficaz e funcional.

A minha família já está inscrita no grupo de Coimbra e no do Porto.

O movimento é independente e partiu de Landmania Club de Portugal, e de Nuno Mendes, que lançaram a ideia e, a 20/03/10, vamos Limpar Portugal. Este movimento visa referenciar e remover lixeiras e detritos depositados indevidamente nas nossas florestas e campos e propõe-se fazê-lo num só dia: 20 de Março de 2010.
Por isso informem-se e, tentemos juntos fazer algo mais que lamentar-nos - colocar mãos à obra e fazer parte das mudanças que queremos ver no país.

Felizmente os bons exemplos também contam !

 

Link:  http://limparportugal.ning.com

 

Notas importantes:

1 -Hoje é um dia especial na minha família - É o dia do aniversário do meu avô

Alfredo Augusto S., que já é uma estrelinha há algum tempo, mas continua presente nas nossas vidas...

2 - Iniciativas como esta são pedagógicas e formadorasdo carácter e, além de tudo, de graça. Menos radicais que as propostas deste autor:

http://www.ionline.pt/conteudo/18453-pais-preguicosos-educam-criancas-mais-felizes

 



publicado por Marta M às 14:56
Domingo, 09 de Agosto de 2009

Capela do Senhor da Pedra

 

Todos conhecemos a nossa velha faceta de maldizer o país, reforçada quando somos confrontados, e conhecemos decor,  todas aquelas estatísticas, as nossas e as "deles" (os outros europeus) que nos colocam quase sempre no fim das tabelas sobre os mais variados desempenhos e características...É algo que  parece nos está na matriz ou no sangue, se quiserem uma imagem mais directa.

Certo é que esse "ser em português" também nos dá características únicas, podendo considerar-se que, o nosso contributo nacional para a diversidade global, possa ser a forma como incorporamos novos ideários ou procedimentos da modernidade e continuamos a pensar como nos ensinaram..

Ou a olhar à nossa volta com a nossa expressão tão característica.

Quem não consegue detectar um português em qualquer parte do mundo só pela forma como olha nos olhos ou porque os portugueses, para o bem e para o mal, olham e reconhecem nesse olhar a existência dos outros? 

É experimentar.

Como já referi, é uma  particularidade nossa, essa capacidade de viver em dois mundos diferentes, de incorporar novo e velho, racional e místico numa mesma pessoa. Algo muito latino... mas também, muito nosso.

Basta ter coração e alma larga. E isso ainda vamos tendo...

Foram essas boas pessoas as que  encontrei ontem, em visita a Gulpilhares, a casa de amigos.

Abreviando  e indo directamente ao assunto que me levou a este post, um novo conhecido que almoçou connosco, perante a minha pergunta sobre a localização (sabia-a próxima) da Capela do Senhor da Pedra, ofereceu-se para nos levar até ela e servir de guia turístico improvisado, mas muito simpático, acrescente-se.

Logo de início foi avisando que passaríamos também por outro ex-líbris da região: a capela mortuária e Museu dos Milagres dedicados a Maria Adelaide (que me abstenho de chamar Santa dado a inconclusão dos seu processo de beatificação). Curiosos, concordámos.

A Capela, como se vê na imagem, está assente já no final da praia, em terreno periodicamente invadido pelo mar, num rochedo intemporal.  Construída no século XVII, de planta hexagonal com um altar-mor ao estilo Barroco e  Rocóco, é um lugar mágico. Apesar da arquitectura recorrente, quer para o país, quer para a época da sua edificação, o mar envolve o monumento numa mística muito forte e particular.

O mesmo pensam muitos aprendizes de bruxos/as e feiticeiras que utilizam o mesmo solo cristão  para os suas sessões nocturnas pagãs...Dualidade à portuguesa, portanto.

O cemitério de Arcozelo e famosa capela mortuária, foi a paragem seguinte.

Que dizer de um espaço por onde desfilavam dezenas de crentes, que guarda o corpo incorrupto de uma jovem e benemérita mulher falecida em 1886? Nada de muito científico para além da descrição respeitosa que se segue.

Encontrámos para além do sarcófago, que de facto impacta, salas e salas cheias de testemunhos e fotografias acompanhadas dos objectos mais improváveis naquele espaço de morada final de todos nós. Destaco como muito impressiva a galeria que contém mais de 600 vestidos de noiva que vão sendo dedicados (com nota de testemunho alfinetado) à Irmã Maria Adelaide. É preciso um sentir muito forte para uma mulher oferecer o seu vestido de noiva, penso que quer dizer muito sobre a força da crença naquela mulher e no seu poder de intervir junto ao divino.E do desespero e desamparo de quem o faz.

Nada a obstar, nada a condenar, nada a julgar, pouco a dizer e apenas respeito a mostrar...

Sem saber como digerir tudo o que via e procurando entender a fé que movia aquelas pessoas (demasiadas com lágrimas a escorrer pela cara) e que passavam por nós, fomos escutando  a  voz sensata do nosso "guia"  que, como bombeiro, já havia visto muito: "..E a gente respeita, já se sabe, cada um lá sabe. Há aflições..." e contou-nos a história de um problema de saúde já ultrapassado, mas que o fizera passar um aperto daqueles que "não se deseja a ninguém...". E de como situações estranhas tinham acontecido durante aquele período.

Pois, assentimos... Mais, porque quem nos falava assim e nos levara a todos aqueles lugares de dimensão religiosa, é  um convicto militante comunista, activista e voluntário da festa do Avante, dirigente sindical, leitor e discípulo de Marx e do seu ateísmo intransigente, mas também pela sua evidente ambivalência, um português de gema.

 

"Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.."

 Nota Importante: E somos mesmo, muitas vezes, "os maiores" - Como diz Laurinda Alves aqui:

http://www.ionline.pt/conteudo/18618-somos-os-maiores



publicado por Marta M às 19:57
Quinta-feira, 06 de Agosto de 2009

      "Quando copiares tipos de beleza, ser-te-á tão difícil encontrares o modelo perfeito, que terás que combinar os detalhes mais perfeitos de vários modelos e só assim alcançarás a beleza do conjunto

Xenofonte, 430 -355 a.C

 

Esta magnífica escultura saída da mão de génio de Alves dos Reis (1847-1889), reúne um grau de excelência e perfeição que, mesmo passados mais de dois mil anos sobre as instruções de Xenofonte aos artistas atenienses, consegue captar-lhe a essência...

E atinge-se, quanto a mim,  em Portugal a perfeição sonhada pelos clássicos numa época em que a nação, tal como agora, deprimia-se.

Reuniu, certamente,  a inspiração colhida em diferentes modelos, porque a perfeição, presume-se, é impossível ser encontrada num homem só. Só como comunidade a podemos "aspirar", lembrara I.Kant, no século anterior.

Esta manifestação romântica de inspiração clássica retrata plasticamente  sentimentos que fazem jus ao seu baptismo:" O Desterrado" (1872).

O jovem melancólico, de tronco torcido, sentado na rocha batida pelas ondas, invoca sentimentos ambíguos em quem a observa...

Tristeza? Reflexão? Saudade? Espera?

Cada um a sentirá como sua e verá que sentimentos lhe ocorrem...É sempre um exercício pessoal.

Nas duas vezes que a visitei, dando-lhe voltas para melhor a captar, juraria que pude observar o movimento das suas costelas numa discreta e ténue expiração...O mármore pareceu ganhar vida. Foi mágico.

Será esta perfeição estética idealizada pelos gregos e pelo seu antropocentrismo transformador? A arte assim expressa ajudaria à inspiração para a construção do novo homem - medida de todas as coisas e capaz de pensar um viver diferente?

Acho muito interessante como a  arte que imita a vida,  também a pretende transformar e é ao tempo veículo de coesão social e base de entendimento entre povos e gerações diferentes ou muito separadas no tempo.

É possível por fim conferir como a arte que  repete e renova este espírito de procura da estética perfeita ou da estética que melhor incorpore a sua época, a sua identidade ou a sua mensagem, ressurja ciclicamente tentando recolocar o ser humano no centro da sua linguagem transformadora.

Convenhamos, haverá temática mais fascinante?

 

 

Nota: Já que falamos em arte e porque penso passar por lá nos próximos dias deixo a sugestão: retratos do controverso fotógrafo Erwin Olaf que estão em exposição em Montemor-o-Novo. Refrescante e menos polémico que o habitual. Quem se interessar:

 

http://www.ionline.pt/conteudo/17069-em-que-quadro-e-que-eu-ja-vi-esta-fotografia

 

 

 

 



publicado por Marta M às 22:34
Terça-feira, 04 de Agosto de 2009

 

 

Quando se assistem a exemplos negativos, normalmente também a propósito de tudo e de nada, seja de uma notícia de má prática na administração pública ou social, seja pela condenação de um qualquer político, o rol de lugares comuns pela negativa lá vem: “que já sabe, são todos iguais”; “que ainda conheço quem faça pior”; “que fulano e sicrano já me contaram pior”…
Maus exemplos não faltam.
Quem não conhece uma dúzia deles?
Depois o assunto termina com o habitual encolher de ombros- nada a fazer!
É quase sempre assim, nada se produz para além do apontar de maus exemplos. Até à próxima notícia pela negativa…
E o ciclo recomeça...
Sendo certo que coopero e apoio  toda vigilância social e legal que se exerça sobre quem tem responsabilidades públicas ou sobre quem as tem na sociedade, acredito que não basta condenar e perseguir os que prevaricam, é preciso dar visibilidade aos que agem pela positiva, é preciso elogiá-los em público igualmente.
E muitas vezes e por tudo e por nada também.
A não ser assim paralisamos no elencar de maus exemplos e fica tudo na mesma. Não se avança.
Laurinda Alves que leio e admiro como pessoa e cidadã empenhada, diz muitas vezes que "nada se constrói pela negativa"... É possivel discordar?
Recebi este vídeo de uma grande amiga, que mesmo no meio de período muito conturbado, com dificuldades pessoais e físicas, consegue manter intacta a sua humanidade e a sua surpreendente energia vital ao tempo que evidência e partilha com os seus amigos todos os bons exemplos que abundam por aí, mas que poucos reparam ou dão visibilidade. Ela repara  e partilha.
Acredito que tenta "semear", como eu, como tanta gente por este mundo fora, e assim alterar o resultado da "colheita". Que tenta  melhorar este mundo para nós e para os que virão depois de nós a que  precisam herdar bons valores e boas práticas.
Continuo aqui esta partilha e amplio-a na rede.
Há que manter limpa a estrada, deixar o bom caminho  visível, mesmo no meio dos maus exemplos (e por causa deles, principalmente) para que outros continuem a acreditar que os bons modelos também existem e também podem ser copiados
É o caso deste na Estónia que foi capaz de reunir tantos num esforço conjunto e coeso. E num só dia!
Aonde está escrito que não somos capazes de fazer o mesmo?
A mim inspirou-me.
Mais alguém?


publicado por Marta M às 20:31
Domingo, 02 de Agosto de 2009

 

 

(...) Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade (...)"

 

O direito à felicidade, consagrado na Declaração de Independência dos Estados Unidos (Julho de 1776) foi, desde sempre para mim, um dos direitos confirmados ao Homem que consagra e marca um avanço civilizacional quase sem paralelo na História da humanidade. Infere-se deste inspirado documento, entre outras constatações (que neste post me abstenho de explorar) que o governo não "criara" nenhum destes direitos, eles eram inerentes  ao Homem, anteriores a qualquer tipo de organização social, irrevogáveis por quem quer que fosse, portanto.

Sem outras considerações de carácter historiográfico ou jurídico, ao ler esta declaração gosto de pensar que, ao fixar em letra de lei uma aspiração humana intemporal, tantas vezes rotulada como utópica e irrealizável, os legisladores quiseram deixar claro que o direito ao espaço de procura da felicidade de cada um (ou de todo um povo no caso) só é garantido a partir de algumas condições de liberdade e segurança, da possibilidade de mudar o rumo e na ausência do controlo que sufoca...

Estendendo o paralelo lógico com a vida, percebe-se que apesar de ninguém poder prometer ou garantir a felicidade, mesmo não se podendo sequer apresentar "formula infalível" de encontrá-la a ninguém, temos o direito a ter o espaço e as condições para "sonhar" com ela e irmos à sua procura pelos caminhos que considerarmos mais convenientes. Ou mais possíveis.

Resumindo, ontem como hoje é importante fixar/lembrar em lei a garantia do direito às condições para sonhar e manter a esperança vital.

Visionários estes senhores do século XVIII...



publicado por Marta M às 16:28
Sábado, 01 de Agosto de 2009

Porque hoje é o teu aniversário e porque sei (ainda que nunca o digas) que precisas um ombro e um abraço, aqui vão eles em forma de poema:

"(...)

Se és capaz de fiar-te em ti próprio

quando outros duvidam de ti

- e no entanto perdoares que duvidem;

 

Se és capaz de esperar sem cansar a esperança,

e de não caluniar os que te caluniam,

de pedir desculpa e de não pagar ódio por ódio

- tudo isto sem dar-te ares e modelo dos bons;

 

Se és capaz de sonhar

sem que o sonho te domine,

e de pensar, sem reduzir o pensamento a vício;

 

Se és capz de afrontar o Triunfo e o Desastre

sem fazer a distinção entre estes dois impostores;

 

(...)

Se és capaz de fazer do que tens um montinho

e de tudo arriscar num carta ou num dado,

e perder, e começar de novo, refazendo o teu caminho

sem que te oiça um suspiro quem seguir do teu lado;

 

Se és capaz de apelar para músculo e nervo

e fazê-los servir, se já quase não servem,

aguentando-te assim quando nada em ti resta,

a não ser a Vontade, que te diz: Aguenta!

 

Se és capaz de aproximar-te do povo e ficar digno,

ou de passear com reis conservando-te humilde;

 

Se não pode abalar-te amigo ou inimigo;

Se todos contam contigo e não erram as contas;

Se és capaz de preencher o minuto que foge

com sessenta segundos de tarefa acertada;

 

Se assim fores, meu filho, a terra será tua,

será teu tudo o que nela existe,

e não receies que to tomem...

 

Mas (ainda melhor que isso)

se assim fores, serás um homem!"

 

Rudyard Kipling

Bombaim, Índia (1865 - 1936)

 

Parabéns!



publicado por Marta M às 11:59
Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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Aviso:
As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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