Este ano começa pesado...
Bem tenho tentado ser mais positiva nos posts (como gosto), mas os acontecimentos não têm ajudado.
Ontem, para fechar um mês bastante pesado para a minha mãe, foi o dia em que, ao chegar a casa, ao fim um dia de trabalho, encontrou as janelas da frente arrombadas e a sua casa assaltada.
Não sei se já passaram por isso, mas sentir que estranhos estiveram no nosso "canto", no espaço quase sagrado que é a nossa casa e remexeram e tocaram nas nossas coisas, é absolutamente traumatizante. A minha mãe que é dona de uma energia vital como poucas, ficou arrasada.
Não é tanto pelo que levaram, é pela sensação de ameaça e desassossego que um acontecimento destes instalou no seu espírito, ou no de qualquer um de nós, acredito.
Tudo estava de pernas para o ar, as gavetas despejadas e o seu conteúdo notoriamente pisado e conspurcado...Nada muito destruído é certo, mas aquela sensação (e cheiro!) de invasão ficou no ar.
E a casa antes tão acolhedora (onde a minha mãe é tão feliz), lhe parece hoje menos segura e, para ela que vive sozinha, estranhamente ameaçadora. Eu passei a noite em sobressalto, sem conseguir dormir, a pensar na nossa vulnerabilidade e na exposição da "minha" mãe a estas revoltantes circunstâncias.
Hoje o dia foi passado a limpar (será possível fazê-lo mesmo?), a recolocar cada coisa no seu lugar, a mandar instalar alarmes e...a medir as janelas para mandar fazer as inevitáveis grades.
Pois grades, numa casa linda e ensolarada, onde a minha mãe gosta de abrir portas e janelas e deixar entrar todo o sol que existe nos dias...E de olhar em frente as montanhas que cercam a sua casa.
Agora fa-lo-á através de umas grades, pois a onda de assaltos que tem assolado o seu bairro, faz dela (e dos vizinhos) prisioneiros nas suas próprias casas.
Ironia e injustiça - quem devia estar atrás de grades são outros!
Que mundo é este que estamos a construir afinal?