Segunda-feira, 18 de Abril de 2011

Quem me conhece mais de perto, sabe do meu fascínio pela filosofia Cristã (e sublinho Cristã e não especialmente a doutrina católica).

Jesus Cristo foi um radical e, provavelmente, um dos primeiros humanistas cuja voz foi ouvida e seguida por milhões dando origem à nossa civilização tal como hoje a conhecemos.

A mensagem de Jesus, absolutamente revolucionária para a época, ainda hoje fascina e se mostra intemporal e fundadora de uma mentalidade que nos tem permitido coexistir...Mais ou menos pacificamente.

Nessa linha, esta passagem bíblica é recorrentemente invocada por mim, principalmente junto aos meus filhos e alunos:

      "No capítulo 8 do Evangelho de João narra que Jesus foi para o monte das Oliveiras, e, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com Ele, e, assentando-se, os ensinava.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram sós Jesus e a mulher, que estava no meio. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão àqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?

E ela disse: Ninguém, Senhor.

E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais."

Meus amigos, sem falsos moralismos, gosto desta passagem - e muito.

Porquê? Porque entendo que tudo é relativo e não se pode condenar nada, nem ninguém? Não. Ao contrário, considero a impunidade um dos maiores males dos tempos que correm...

Portanto, condeno e levanto a minha voz sempre que tal se mostra necessário e certo. Sempre que o condenável ou o incorrecto se instala e entendo ser minha obrigação pedagógica, opor-me.

Mas esta passagem mostra um caminho e uma orientação que me esforço por seguir e respeitar, mesmo que por ela, seja apenas mais suave na crítica e mais activa na compreensão.

E acredito que todos merecem uma chance para dizer de suas razões ou para mostrar o seu ponto de vista.

O Dr. Fernando Nobre provocou uma certa desilusão em mim, é verdade. É verdade também que lhe vislumbrei uma fragilidade e, até, diria uma certa ingenuidade que antes não vi...

É certo que não voltará a colher o meu voto, mas conta ainda com a minha imensa simpatia pessoal, alicerçada no seu currículo pessoal de entrega que as dezenas de missões ao redor do mundo, em prol dos outros, demonstram à saciedade e que nenhuma mudança de ideias, infeliz no caso, apagará.

Sou de história amigos e, para mim, o currículo ou o testemunho da vida de cada um, conta.
Ao responder a alguns comentários no post anterior fui dizendo o que penso sobre esta polémica.

Quero apenas sublinhar algo que me ficou ontem da sua entrevista à RTP e que me deixou a pensar:

-"Gosto de fazer esta comparação para que entendam a minha decisão de encontrar forma de servir Portugal.

Eu sou como aquele que, assistindo em grupo à tentativa de fazer sair um carro de um lamaçal, enquanto uns gritam como "treinadores de bancada" a que se acelere; se desacelere; se meta a 1ª; a 2ª; a ré; se coloque um barrote...

Pois eu sou aquele que, se descalça, mete os pés na lama e tenta, empurrando, ajudar o carro a desatolar-se."

 

A imagem é forte amigos. E faz pensar.

A mim, especialmente, que gosto de parábolas.



publicado por Marta M às 18:02
Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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