Sexta-feira, 11 de Novembro de 2011

(Imagem da Internet - Google)

Não se se o notam, mas eu já dei pelo espaço e pela receptividade que começa a existir para o uso de certas palavras...Pelo menos à minha volta, noto-o.

Lembro-me como há apenas alguns anos o uso de certo vocabulário (como fraternidade, fé, carinho, afecto, compaixão...) era recebido com um levantamento de sobrolho e ares de enfado e desconfiança.

Actualmente, fruto provável do tempo difícil e exigente que vivemos, muitas pessoas e empresas começam a mostrar abertura para a consideração do peso dos afectos, quer nas relações pessoais quer nas laborais.

E noto até que, se antes tais alusões podiam soar a uma certa "lamechice" para quem não conseguia separar as águas, hoje a forma como alguns se dispõem a escutar, demonstra um certo amadurecimento social que me faz sentir cada vez mais "em casa" por aí... :)

Esta semana eu que, mal grado o profissionalismo e correcção de procedimentos que me imponho, nunca abdico de  "salpicar" esse mesmo desempenho profissional de tudo aquilo que o torna mais humano e real, tive uma experiência interessante.

Foi assim que, perante o sério desagrado manifestado por alguém ao meu lado, e constatada a persistência no erro de outro, aliada à sua incapacidade de ultrapassar a situação e reconhecer o seu engano públicamente...Perante o impasse incómodo, ousei discretamente e, num impulso, disse:

 - "Porque não deixas passar e ultrapassas isto? Porque..não tens compaixão para com ele?"

Bem amigos, mal usei a palavra, o meu estômago encolheu-se....E agora? Serei tomada por lamechas? Pouco profissional? Pouco racional?

Temerosa e quase arrependida, aguardei breves segundos (que me pareceram horas) e, qual não foi o meu espanto, recebo como resposta um silêncio e um olhar de acolhimento que me pareceu até de alívio, pela minha proposta.

E assim, pelo menos naquele dia, naquele momento, o impasse se desfez, o embaraço foi colocado a um canto e... Avançámos.

O gesto da compaixão proposto não implicou qualquer sentimento de superioridade ou de pena, mas tão simplesmente de compreensão e empatia.

E pelo reconhecimento dentro de cada um de que, todos nós, em alguma altura da vida precisaremos também que outros tenham esse sentimento em relação a nós...

Semear o que queremos colher - parece-me a chave deste sentimento.

Usar a palavra é, parece-me, cada vez mais fácil, não sei é se o gesto e o coração estarão, depois, à mesma altura.

Naquele dia, juntos, conseguimos. 

Nem tudo está perdido :)



publicado por Marta M às 19:13
Adorei o teu post, conta uma história bastante bonita em que falas de bons sentimentos que achávamos perdidos. Certamente que não e foi bom teres dito aquilo, foi a palavra certa no momento certo, muito bem

Bom fim de semana
onda_azul a 11 de Novembro de 2011 às 21:37

Olá.
Sim, foi arriscado,mas correu bem.
:)
Principalmente porque encontrou receptividade e isso sim foi de valorizar.
Abraço e grata pela visita
Marta M
Marta M a 15 de Novembro de 2011 às 21:16

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Afinal quem penso que sou..
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