Terça-feira, 14 de Dezembro de 2010

(Imagem aqui)

Esta palavra ocorreu-me com alguma frequência nos últimos dias e hoje repeti-a a uma amiga querida quando partilhámos confidências sobre a enorme dificuldade e generosidade que implica esta "aventura de ser mãe" nas suas palavras...

Porque existem conflitos e discussões, mas também um amor imenso...

E porque dosear o amor e a autoridade é trabalho para Hércules...

Gostaria muito de falar aqui com vagar e partilhar  aqui algumas (das minhas muitas) inquietações no meu papel de mãe ou de como este foi o papel fundamental da minha vida, que me trouxe uma imensa paz e grande parte da minha estabilidade emocional, mas também, reconheça-se, foi nesse papel que vivi os momentos mais difíceis da minha vida...

E porque o tempo é muito curto e porque há poucos anos o escrevi com algum acerto numa mensagem dirigida aos meus filhos, partilho-o hoje aqui, na expectativa que sirva de consolo, companhia e estímulo a alguém: 

"Já há algum tempo que tenho isto dentro de mim e penso que hoje chegou o dia de o colocar no papel e deixar este testemunho.

Nunca se sabe o dia de amanhã e como não temos a vida nas mãos, antes que seja tarde, tomam conhecimento.

Durante o vosso crescimento fui eu que disse: presente.

Para o bom e para o mau. (...)

E quando não foi fácil.

Mas eu estive lá, mesmo que não se lembrem.

 Eu lembro-me.

E nunca me furtei a essa responsabilidade, nem empurrei para ninguém o trabalho menos simpático ou difícil que havia a fazer na vossa educação.

Portanto, quando houve necessidade de chamar à razão, de orientar, de conversar de dizer um não– estive lá e disse-o.

Não me preservei descansada numa zona dúbia, nem cómoda.

Abri o peito às balas, preparei o coração e fiz o que foi preciso.

Se foi difícil? Foi impossível de difícil.

Mas foi necessário ao vosso crescimento e, mesmo aguentado o vosso olhar de desprezo e revolta - eu fiz.

E partiu-me o coração, literalmente.

             Porque? Porque era mais importante para a vossa correcta educação do que para o meu bem-estar ou para o meu descanso.

Ou julgam que não era muito mais cómodo deixar este trabalho para outro?

Quem me dera poder ter dividido um pouco mais esta tarefa difícil.

Não seria mais simples e “popular” para mim ter-vos deixado à solta? Que batessem a cabeça...E eu  caladinha, e a assistir ?

Ou a debitar banalidades, ou fazer-me de "amiguinha" apenas?

Seria, mas não é esse o meu papel na vossa vida, e eu sempre assumo as minhas responsabilidades.

Por isso não me preservei em todas aquelas vezes em que  tentei (tive que tentar!) vos contrariar e orientar no meio das crises e desacertos pelos quais vocês passaram ao longo do vosso crescimento.

Os desacertos? Normais,  tinham que existir, fazem parte do crescimento dos jovens.

Assim como é papel dos pais educar

Fiz o melhor que sabia e podia e isto nunca foi um concurso de popularidade...

Era do vosso futuro que se tratava.

Por isso, nada me pesa, de nada me arrependo.

Gosto do resultado e das pessoas que se estão a tornar.

Valeu"

Espero que estas pelavras sejam úteis.

Pessoalmente gostava de as ter escutado quando, no meio da tempestade, tinha milhares de dúvidas...



publicado por Marta M às 23:04
Olá Marta! Penso que nos acontece isto a todas pelo menos às que se importam e não se "demitem" do papel verdadeiro de mãe e quando é preciso ser firme que remédio, mesmo que nos doa amais a nós, quando podemos ser mais flexíveis um pouco alargamos um nadinha o "laço" mas sem nunca largar a corda com ambas as mãos e os olhos sempre fixos no alvo. Faze-los pessoas, dignas, boas se possível mais bem-sucedidos que nós. No fim penso que sabem e mesmo que não andem sempre a mostrar eles sabem que nós estaremos sempre ao "serviço" sete dias por semana mês após mês ano após ano. Ser mãe é o papel mais bonito e mais ingrato que uma mulher tem mas que nunca a deixa indecisa porque não há tempo para hesitar, só para agir o melhor que podemos e sabemos e se o resultado é esse de serem umas pessoas lindas então valeu mesmo.
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Olá Marta! Penso que nos acontece isto a todas pelo menos às que se importam e não se "demitem" do papel verdadeiro de mãe e quando é preciso ser firme que remédio, mesmo que nos doa amais a nós, quando podemos ser mais flexíveis um pouco alargamos um nadinha o "laço" mas sem nunca largar a corda com ambas as mãos e os olhos sempre fixos no alvo. Faze-los pessoas, dignas, boas se possível mais bem-sucedidos que nós. No fim penso que sabem e mesmo que não andem sempre a mostrar eles sabem que nós estaremos sempre ao "serviço" sete dias por semana mês após mês ano após ano. Ser mãe é o papel mais bonito e mais ingrato que uma mulher tem mas que nunca a deixa indecisa porque não há tempo para hesitar, só para agir o melhor que podemos e sabemos e se o resultado é esse de serem umas pessoas lindas então valeu mesmo. <BR class=incorrect name="incorrect" <a>Bjs</A> e boa semana.
FatimaSoares a 14 de Dezembro de 2010 às 23:56

Olá Fátima:
Gostei especialmente desta descrição que subscrevo na íntegra:
"quando podemos ser mais flexíveis um pouco alargamos um nadinha o "laço" mas sem nunca largar a corda com ambas as mãos e os olhos sempre fixos no alvo".
E fazer essa "gestão" angustia-nos, não é?
Por isso escrevi este texto em devido tempo.
Abraço e obrigada pela achega ;)
Marta M
Marta M a 19 de Dezembro de 2010 às 19:07

Permita-me comentar uma vez que também fui filha e hoje mãe.

Todos passamos pela primeira acreditando que estávamos a ser injustiçados. E pela segunda, fazendo o melhor que sabemos - por e para eles. É na época em que os papéis são invertidos, e que temos obrigações, que descobrimos que tudo nos foi ensinado com um motivo e com a melhor das intenções. Que "afinal" serviu para o nosso crescimento e que é precisamente por este motivo que conseguimos mesmo com uma lágrima escondida e de coração doído dizer: Sim e Não em vez de Nim.
Talvez se cada um de nós exercesse este direito (ou deverei dizer dever?) as crianças crescessem preparadas para descobrir a vida real, em vez do conto de fadas que muitas teimam em manter pela vida em adulto.
Um abraço
DyDa/Flordeliz a 15 de Dezembro de 2010 às 12:00

Olá e seja muito bem vinda a esta tribo!
Agradeço o comentário e o entendimento que só uma mãe que já foi filha entende ;)
É verdade que a vida nos vai ensinando e destampando em nós facetas que não suspeitaríamos... e percebemos que pensaram em nós e no nosso benefício ao nos imporem "sins" e "nãos".
Ou não, mas isso já é outra história. Para outro dia.
Hoje é apenas de mãe para mãe, não é?
Abraço e obrigada pela visita.
Marta M
Marta M a 20 de Dezembro de 2010 às 22:18

ola Marta
lembra se da luadoceu?coimnbra
permita me agora,se for possivel comentar
papel de pai e dificil, mais dificil e manter regras,dizer que nao quando e merecido ou dar mos uma palmada,para aprender quando for preciso cumprir essas mesmas regras,nao em demasia,mas quando for grave,pq as crianças hoje,sao os homens amanha e eles formam se,mas tb transforma se, se deixarem,e preciso ter cuidado nas vicissitudes,mas sao essas que fazem com que eles cresçam e amadureçam,custa nos a nos maes,custa,mas as vezes e um mal menor para combater futuramente um mal maior se vier
gostei e parabens pela familia que tem
bjinhos marta,obrigada pelo carinho em coimbra
esperei que escrevesse para a cumprimentar
vou adicona la,se quizer retribuir,posso?
luadoceu a 15 de Dezembro de 2010 às 14:42

Olá !
Claro que me pode adicionar ;)
Já fiz o mesmo consigo, claro.
E seja desde já bem vinda a esta tribo de amigos.
Também eu gostei de te conhecer e à tua menina tão pequenina e irrequieta ;)
Como referi no meu post é um trabalho enorme, cansativo, nem sempre compensador como sonhámos...
Mas enche o nosso coração, não é?
Imagino que a tua pequenina te dê imenso trabalho :)
Mas ela é muito bonita e vivaça - um orgulho para si, eu sei.
Gostei de a ler e tenho acompanhado o seu blog e só não comentei porque esta semana ainda não tive oportunidade de vir à net antes desta hora imprópria, tal o trabalho!
E outros problemazinhos familiares que andam a ser difíceis de resolver e sanar...Enfim.
È vida, não é?
Marta M a 22 de Dezembro de 2010 às 22:48

Concordo. E eles lerão e concordarão também, senão agora, mais tarde quando amadurecerem mais um pouco.
Educação de mãe não é fácil e muitos sacrifícios têm de ser feitos, imagino. Tenho a certeza que os teus filhos o reconhecerão e vão agradecer-te, mais tarde ou mais cedo.
Bjns
cuidandodemim a 15 de Dezembro de 2010 às 18:06

Amiga.
Ainda falta tempo para que o resultado se consolide e toda a dimensão do investimento se revele...
Ainda estamos em processo, apesar de que já começo a acusar algum cansaço ;)
Obrigada pela visita e, repare bem, usei uma das suas inspiradoras imagens...Espero que não se importe!
Lembre-se é Natal!!!!
:)
Abraço grande
Marta M
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 18:53

Olá Marta!
Primeiro que tudo, tenho de dizer-lhe que tive imenso prazer por conhecê-la pessoalmente. E deu para perceber, que por detrás da frágil e delicada mulher, há um carácter de forte lutadora, com objectivos e com a procura insaciável de conhecimento humano.
Sobre o post que escreveu aqui hoje, como mãe estou plenamente de acordo. Ser mãe é muito bom, mas é uma responsabilidade enorme e como dizia a minha avó quando eu chorava porque me negava qualquer coisa; "Mais vale tu chorares por causa de mim, do que eu chorar por ti ." Saber dizer não ou sim na hora certa, requer muita aplicação e muito amor, não para o dizer, mas para o saber dizer ...
Um beijinho e tudo de bom para os dois filhos.
Rosinda a 15 de Dezembro de 2010 às 23:18

Rosinda:
Muito obrigada minha amiga.
SIm, sou magrinha e aparento alguma fragilidade, mas depois quando é preciso "cresço" e fico mais forte ;)
Quer remédio, não amiga?
Sei que em entende, porque também eu ao conversar consigo e ao lê-la, percebo que foi e é uma "maezona" daquelas com um colo imenso...
Obrigada pela partilha e pelo carinho
Marta M
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 18:55

Desculpe hoje comentar mesmo não a conhecendo, embora ande por aqui algumas vezes e aprecie a forma clara e sincera como escreve.
Hoje parece que escreveu para mime para me consolar da discussão que aconteceu cá em casa com a minha filha.
O não custa a sério quando se adora.
mto obrigado
Zé do Porto
Zé - Porto a 16 de Dezembro de 2010 às 12:43

Olá Zé Pedro!
Este post foi uma janela para novos amigos!
Seja bem vindo a esta tribo!
A blogosfera tem destas cpoisas, às vezes vimosaqui à procura de consolo e apoio e...encontramosnos lugares mais improváveis...
Se estas palavras e este testemunho puderamser úteis: Já ganhei o dia ;)
Volte sempre e, Já se sabe, as dicussões que permitem fazer luz (mais cedo ou mais tarde) nunca são tempo perdido :)
Obrigada pela visita ;)
Marta M
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 18:58

Marta... estas palavras e este testemunho são fundamentais.
Gostei muito, mesmo muito de o ler... de a ler.
Um dia, quem sabe, posso pedir-lhe o seu testemunho, para os meus grupos de mães?
Quem sabe não me poderá ajudar...
Obrigada
Abraço
Sempre
Isabel
Isabel Maia Jácome a 16 de Dezembro de 2010 às 19:27

Olá Isabel:
Seja bem vinda, particularmente a comentar um post que parece abriu janelas e permitiu conhecer pessoas muito interessantes e empenhadas como eu a tentar "consertar" este mundo..
Tarefa difícil e ingrata, não?
Mas alguém tem que continuar a tentar e...gosto destes desafios.
Se poderia colaborar consigo? Sim,claro. Faria gosto.
Mesmo não sabendo exactamente em que moldes...
Poderá , se o entender, mandar-me um mail a partir do perfil do blog.
Isto de ser mãe é um investimento e disponibilidade me toda a linha, mas há que ter coragem e fazer bem e o melhor que se pode. Se não, não vale a pena tentar sequer...
É assim que o vejo.
Abraço e desculpe-me a demora na resposta, mas a semana foi especialmente difícil.

Marta M
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 19:17

Ser mãe é tudo isto que aqui nos deixas. Um testemunho fantástico de como as mães conscientes e responsáveis se sentem , nas horas em que têm que dizer "não" por mais que isso doa. Seria mais confortável dizer "sim", mas os objectivos a que te propuseste para que os teus filhos fossem o que hoje são, não seriam decerto alcançados.
Ser mãe não é fácil, mas mais difícil é ver os resultados de quem facilitou, quem por comodismo fez de conta que não viu, quem trocou as palavras, por silêncios inoportunos, quem esperou que outros fizessem o trabalho que devem fazer as mães de verdade.

Com este testemunho os teus filhos devem sentir-se orgulhosos, por te terem escolhido como mãe.


Beijos
Manu
Existe um Olhar a 17 de Dezembro de 2010 às 18:07

Olá querida Manu :
Agradeço-te imenso a compreensão e a forma como acolhes e subscreves este meu testemunho...
E pressinto que te sentiste já assim.
Entendes também que o exponho porque uma amiga querida precisa deste "reforço" e temos que ir dando forças umas às outras porque o caminho é muito difícil de fazer sozinha.
Fiz o melhor que sabia e podia, por isso, mesmo na incompreensão (que acredito apenas conjuntural...) o meu alvo não se perdeu, nem esmoreço...
Desculpa-me tanta demora na resposta, mas estes dias nunca são fáceis e especialmente este ano, há muitas coisas de que vamos sentir falta...
Abraço e bom Natal minha amiga.
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 20:55

Amiga Marta
Hoje passei só para te desejar um santo Natal, que o celebres com grande devoção e com toda essa vontade de melhorar cada vez mais nessa tua imensa dedicação aos outros. Um grande e amigo abraço
Teresa
descobrirafelicidade a 22 de Dezembro de 2010 às 13:16

Querida Teresa:
Às vezes sinto falta dos teus post e dos teus comentários sempre tão sensatos e agradáveis.
Serenos, que a palavra que melhor te define para mim ...
Tenho acompanhado o teu blog sobre o optimismo e penso que este meu testemunho se encaixa nesse sentimento de acreditar que o que semeamos de coração e de boa fé, há de encontrar forma de germinar algum dia em terreno propício.
Obrigada por estas visitas ;)
Abraço grande e bom Natal para ti e para os teus.
Marta M
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 21:49

Um feliz Natal e que o ano de 2011 realize todos os seus sonhos. Certamente que alguns deles se prendem com os seu filhos.
Quando eles estão bem, nós pais também estamos.
Beijinhos
geriatriaaminhavida a 22 de Dezembro de 2010 às 15:57

É isso amiga, com os filhos bem, tudo se encaixa por si.
:)
Desculpa-me a demora na resposta, mas a semana foi difícil ;)
Espero que consigas ter tempo para a tua famíia nestas festas.
Ou também, se não estiveres de folga, poderás ser a família de todos aqueles velhinhos que com tanto carinho cuidas todos os dias.
;)
Abraço grande
Marta M
Marta M a 23 de Dezembro de 2010 às 21:52

Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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Aviso:
As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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