Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012
Sempre fui muito independente e voluntariosa.
Ou tive que me fazer assim...
O certo é que existem momentos que nos testam forte e feio e temos que os saber "encaixar". Temos que, humildemente, perceber que existem coisas maiores que nós, e que temos que "aceitar" o ritmo e o  trânsito a que surgem.
Este é um destes momentos. 
Queira ou não, fui "obrigada" literalmente a enfrentar certos fantasmas que há muito me rodeavam...
Fui obrigada (ou obriguei-me perante a necessidade) a enfrentá-los e nesse exercício forçado, ultrapassado a dureza do momento - cresci.
E encontrei uma estranha paz de espírito e de consciência.
Estranho, estranho e misterioso.
Não posso e não devo ser mais explícita, embora gostasse...
Posso apenas afiançar que, às vezes, deixar-nos levar e confiar é muito mais pacificador. E acertado.
Mas não menos trabalhoso ou exigente, sublinhe-se.
Obrigada a todos os que mostram solidariedade,
o meu pai melhora todos os dias.
E eu também.
:)


publicado por Marta M às 16:29
Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012

 A todos os amigos que aqui deixaram uma mensagem e muita energia positiva, fica a minha penhorada gratidão.

À vida porque me permitiu aprender outra valiosa lição.

Foi bom vir aqui e ler palavras encorajadoras -ajudavam a pensar que não estava sozinha, como na realidade me sentia...

O meu pai recupera devagar e, apesar de alguma confusão pontual e de dores constantes, penso que conseguirá reconquistar a sua vida e a sua autonomia.

O meu pai vive sozinho e separado da minha mãe há muitos anos.

Vitima de atropelamento, fracturou a clavícula, a omoplata, duas costelas com consequente rasgão da Pleura e, o mais preocupante, uma ligeira FCE com um pequeno derrame interno. Tudo isto aos 76 anos, feitos ontem.

Foi um milagre não ter tido mais ferimentos. Ou não ter tido um desenlace mais triste.

Falarei com detalhe mais tarde sobre o transformadoras que foram estas duas últimas semanas, para ele e para mim, principalmente.

Frente a frente, estivemos sozinhos numa enorme casa perante a adversidade. E uma relação que sempre foi distante e tensa, perante a necessidade e  sem alternativa, tornou-se próxima e fisicamente dependente.

E instalou-se um sentimento de compaixão que restaurou amor...

Para queles que como eu, acreditam que nada ocorre em vão ou por acaso, partilharei mais isto, porque foi sentido e creio que muitos de nós, se estivermos atentos, recebemos sinais semelhantes...

Nesse dia  (Sábado) de manhã, quando  andava às compras, os meus olhos pararam num senhor que estava de costas para mim. Visto de  trás era exactamente como o meu pai.

Ele nunca se virou e não lhe procurei o rosto ( o meu pai mora longe daqui), mas fitei-o por momentos a pensar que sabia tão pouco dos hábitos do dia-a-dia e de compras do meu pai, que há tantos anos vive afastado e voluntariosamente autónomo...

Continuei por entre escolha a de laranjas a observá-lo de forma discreta e... o sentimento veio do nada:  Saudades.

Saudades? Mas de onde veio isto? - pensei.

Sem entrar em exposições desnecessárias ou na devassa da vida da minha família, direi apenas que "saudades" é um sentimento que experimentei poucas vezes nesta relação  que  está  longe de ser próxima ou fluida...

O sentido ficou a bater forte dentro de mim e falei dele ao almoço em casa, todos estranharam porque como referi, não é usual na nossa dinâmica familiar.

Senti-me estranha e incomodada toda a tarde.

À noite, 20.30h, veio a razão:

- "D.Marta M? É do hospital da G., o seu pai foi atropelado e segue, grave, para Coimbra".

 

Lemos e contam-nos sobre situações semelhantes, mas só quando acontece connosco

é que percebemos o quão surpreendente pode ser a vida.

E como ela nos conduz...

 



publicado por Marta M às 19:29
Quarta-feira, 07 de Novembro de 2012

Caros amigos do Blog:

Existem tempos de pausa e tempos de acção.

Neste momento em que me apetecia uma certa pausa para absorver algumas situações indigestas, a vida chama-me com a urgência que um acidente grave sempre impõe.

Estou a dar a apoio ao meu pai que se encontra hospitalizado fora de Coimbra, e requer muita atenção e cuidados continuados, porque vive sozinho.

Nos próximos dias não virei por aqui e peço por isso a vossa compreensão e solidariedade.

Tudo vai acabar bem, eu sei.

Mas de momento, estarei nesse cuidado mais atento.

Darei notícias quando tiver algum tempo mais pausado.

Um abraço grato a todos.

Marta M

 



publicado por Marta M às 13:41
Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
Novembro 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16
17

18
20
21
22
23
24

25
26
27
29
30


Aviso:
As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO