Sábado, 15 de Maio de 2010

 

 

Acreditava que "aquilo que não nos destrói torna-nos mais fortes". "Disse-o quando acompanhou o ex-Presidente Jorge Sampaio na visita à cela do Forte de Peniche onde Álvaro Cunhal esteve preso. Mostrou-o ao longo da sua vida na luta contra o regime do Estado Novo, primeiro como militante do PCP e depois do MRPP, em que foi preso e torturado. Continuou a mostrá-lo, durante o resto da sua vida, quando deixou de acreditar na eficácia da militância política e se tornou num empenhado professor de Direito e num conhecido fiscalista. Atento e sempre crítico à actualidade. "

E honesto, e coerente e leal aos seus valores, até ao  último dia.

Atitude difícil e rara, como se sabe.

A notícia chegou-me ontem, e fiquei triste com ela. Não o conheci, mas sempre admirei a sua coragem e a sua verticalidade.

Com Maria José Morgado,  formavam um casal que há muito admiro e respeito.

São ambas figuras de referência, daquelas que pertencem a um grupo cada vez menor e que sempre que um membro se perde, fica-se mais pobre porque não há muitos para continuar a segurar no testemunho.

E em vez da liberdade, defendia a justiça", lembra-nos Paula T. de Carvalho, no Jornal Público hoje.

Claro, havendo justiça para todos e em todas as dimensões da sociedade , a liberdade é a consequência lógica que decorre.

Se a palavra incorruptível se pode aplicar a alguém, penso que este casal a merece em exequo. Nunca os escutei defender nenhum ponto de vista que para mim não fosse respeitável e ... Limpo.

É a palavra que me ocorre.

E ocorre-me outra, "exigente", primeiro com ele e depois com todos os outros...  Com a sociedade em geral e com os políticos em particular, porque sabia que a solução sempre passaria também por eles. Gostemos ou não dessa fatalidade.

Responsabilizando-os e dizendo que devia ser dito, mesmo quando foi mandatário de António Costa para a CML e não se coibia de dizer o que pensava em cada momento, de acordo com a sua consciência.

O seu ar desperto a arguto sempre prendia a minha atenção nos Telejornais aonde ia com frequência, por convite, dar um contributo cívico e técnico, e sobretudo procurando sempre estar do lado da solução, propondo medidas concretas para além do diagnóstico habitual.

O país que o viu nascer inquietava-o e, mesmo quando o tratou mal, antes e depois do 25 de Abril ( não faz muito tempo foi muito injustiçado pelos seus pares da Faculdade de Direito) nunca veio a público lançar lama às instituições, desacreditando-as e assim empobrecendo todo o país, com dignidade distinguia bem quem eram os responsáveis e seguia a sua luta.

Teve uma vida com sentido e isso não tem preço...

Que falta fazem a este país estes bons exemplos.

Bem-haja por pessoas assim. 



publicado por Marta M às 17:00
Faço minhas as suas palavras tão lúcidase tão ajustadas sobre esta figura comtemporânea tão nobre e que infelizmente raream nesta sociedade onde os papa-reformas,como recentemente os titulou,se vão sentir mais à vontade para prosseguirem sem escrupulos as suas façanhas.
Já também o referi no meu blog,que, é de salientar a sua coragem,escreveu as suas últimas crónicas ,hoje publicadas num semanário,na cama do hospital,com a consciência do seu estado terminal que não o venceu e foi com o dedo acusador ás injustiças que nos deixou fisicamente.
A sua esposa a quem esteve ligado pelo amor e idiais,irá prosseguir o caminho de justiça onde sempre trilharam.
...Paz à sua alma!
severino a 16 de Maio de 2010 às 01:19

Severino:
Olá!
É um gosto recebê-lo por aqui nesta tribo. ;)
O professor Saldanha Sanches foi de facto um exemplo de carácter que, infelizmente, não faz escola suciente neste país..
Cabe-nos ir ajudando a honrar estas memórias, não é?
Obrigada pelo comennt.
Prometo visitá-lo.
Marta M
Marta M a 21 de Maio de 2010 às 19:42

Vejo o mundo, somo o que me acontece, vejo os outros, as minhas circunstâncias....Escolho caminhos e vou tentando ver o "lugar" dos outros
Afinal quem penso que sou..
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As imagens que ilustram alguns posts resultam de pesquisas no google, se existir algum direito sobre elas, por favor,faça-me saber. Obrigada.
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