JANUS
Eu, confessa pouco apreciadora da Mitologia Greco-Romana, invoco hoje este deus romano, antigo rei do Lácio, considerado o protector das portais das cidades e dos caminhos, das transições e, também, dos inícios e fins. O seu principal templo, em Roma, apenas se encerrava em tempo de paz, simbolizando uma continuidade estável.
A sua representação é feita a partir de uma esfinge com duas faces opostas, por lhe ser atribuída uma extraordinária sagacidade que lhe permitia ver simultaneamente o futuro e o passado e cuja homenagem ocorria no primeiro dia do ano do calendário romano e dava o nome ao seu primeiro mês (Janus = Janeiro).
Pelo dito se compreende que neste iníco de ano, em que mesmo a partir de uma construção fictícia de "transição" e "paragem" no tempo, faça algum sentido falar deste personagem mitológico para ilustrar esta ideia de transição entre o fim de um ciclo e o início de outro.
Desde os tempo primordias que o Homem tem tentado controlar o tempo e o seu destino, ou a mudança dele. O calendário instituído, para mim, é só mais uma face dessa tentativa..
Se calhar precisamos muito deste marco, desta mudança de numeração, desta ideia de renovação e desta sensação de deixar o menos bom para trás e que "recomeçamos"...
Ou temos, ao menos numa época específica do tempo, a possibilidade de mudar ou aspirar a novos propósitos...
E no entanto mantemos uma linha de continuidade que nos dá alguma segurança...
Mesmo que, olhando mais de perto, nem tudo seja totalmente verdade ou real.
A condição humana tem destas contradições e, assim sendo, a imagem de Janus ilustra na perfeição essa "ruptura" na linha contínua do tempo.
E porque somos apenas humanos e estamos em época de desejar aos
amigos queridos e a todos os que fazem o favor de me visitar,
Um bom Ano Novo,
fica uma mensagem de esperança e de renovação: